PSOL pede segurança de covereadoras alvos de ataques em São Paulo
No entanto, o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, descarta atender a solicitação dos mandatos coletivos; segundo ele, só é possível oferecer proteção ‘aos vereadores titulares’
O presidente da Câmara de São Paulo, Milton Leite (DEM) descarta atender a solicitação dos mandatos coletivos do PSOL. “Alguns componentes da bancada coletiva foram às redes sociais e disseram que estão abandonadas para serem mortas. Que absurdo. Isso porque, legalmente, só podemos oferecer proteção aos vereadores titulares”, disse. Ele defende uma mudança na legislação, disse que não há mecanismo legal e que a Casa é de lei e não de segurança pública. A vereadora Luana Alves (PSOL) reagiu. “A vereadora Erika Hilton e covereadoras estão sendo ameaças pela sua condição de mulheres negras, trans ocupando espaços de poder. Tratamos da questão da segurança, o debate com a guarda civil metropolitana foi excelente. Mas hoje, para a nossa surpresa, o presidente resolveu abrir a sessão remente esse assunto.”
Em uma semana, a covereadora Samara Sosthenes registrou que um homem em uma moto efetuou disparos em frente à sua residência. A casa da covereadora Carolina Iara também foi atingida por disparos. “Tive que sair fugida de casa, estou em um outro lugar e estou pagando por segurança privada. Surpreendentemente, a mesa diretora da Câmara e o presidente da Câmara não querem garantir a minha segurança e pouco se importam com a minha integridade física”, disse. Já a vereadora Erika Hilton, primeira mulher trans da Câmara, fez um boletim de ocorrência por ameaça, após ser procurada por um homem em seu gabinete com máscara e bandeira religiosa.
O mandato coletivo é uma novidade na Câmara de São Paulo, sendo que o PSOL tem as duas cadeiras. Quem representa o mandato coletivo no plenário é a pessoa que recebeu os votos, a pessoa que foi inscrita no Tribunal Regional Eleitoral, foi eleita e, portanto, é a pessoa que formaliza as decisões em plenário. Mas há outras quatro pessoas. Segundo mandato coletivo, todas as decisões são discutidas são discutidas antes e há formalização da pessoa que representa o grupo. O que o presidente está dizendo é que não pode fornecer segurança para as outras quatro pessoas, apenas para o vereador que está presente no plenário. Já na primeira sessão da legislatura eleita em 2020, a vereadora Sonaira Fernandes, Republicanos, que atuou no gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) expôs divergências que vão gerar grandes polêmicas na Casa. “Cada dia que passa a agenda globalista quer desmoralizar a figura do homem. Cada que passa essa agenda ela pretende feminilizar o homem e masculinar as mulheres”, afirmou. Apesar dos apartes solicitados, o tema não foi levado adiante porque havia o acordo da sessão ser encerrada após o discurso da vereadora Sonaira Fernandes.
*Com informações da repórter Marcelo Mattos
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