Erika Hilton, primeira vereadora trans de SP, presta queixa e narra ameaça dentro da Câmara

Vereadora usou redes sociais para narrar tentativa de homem autointitulado ‘Garçom Reaça’ de entrar no gabinete dela dentro da Câmara

  • Por Jovem Pan
  • 28/01/2021 16h08 - Atualizado em 28/01/2021 16h19
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Erika Hilton/Twitter/01.01.2021 Vereadora narrou ameaça pelas redes sociais

A vereadora Erika Hilton, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), registrou na quarta-feira, 27, um boletim de ocorrência por ameaça que teria sido cometida dentro da própria Câmara Municipal. Pelas redes sociais, a candidata mulher mais votada da Câmara narrou o ocorrido. “Na última terça feira, o denominado Garçom Reaça, que admitiu ter sido uma das 50 pessoas que me atacou nas redes sociais, tentou entrar no meu gabinete p/ ter um encontro comigo. Com ele, máscara e bandeira com símbolos religiosos”, afirmou. Ela disse, ainda, que essa é a segunda vez na qual tem a segurança ameaçada dentro da Câmara e que a primeira teria ocorrido por parte de um funcionário da própria casa.

Em nota, a Câmara Municipal de São Paulo afirmou que possui ambiente interno seguro e com controle de acesso e negou que qualquer ameaça à segurança da vereadora tenha sido detectada nas imagens de câmeras do local. “O material será fornecido às autoridades policiais competentes se houver a solicitação. A Assessoria da Polícia Militar da Câmara fará contato com a Secretaria de Segurança Pública para avaliar em conjunto a segurança da vereadora”, diz trecho do documento. A Secretaria de Segurança Pública do estado afirmou que o boletim de ocorrência da vereadora foi recebido na Delegacia Eletrônica e encaminhado para o 5º Distrito Policial. “A autoridade policial da unidade chamará a vítima a comparecer na delegacia para prestar depoimento e, caso tenha interesse, representar criminalmente para prosseguimento das investigações”, afirmou a SSP.

O boletim de ocorrência de Erika Hilton foi registrado no mesmo dia que a covereadora Carolina Iara, que também é mulher trans, prestou queixa por ter a casa na qual morava alvejada por balas durante a madrugada. Na ocasião, a vítima, membro da Bancada Feminista do PSOL, afirmou que vê ligação entre o crime e o papel dela na liderança de movimentos de pessoas transexuais. O caso é investigado pela 1ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes contra a Liberdade Pessoal da capital. Erika e a Bancada Feminista foram eleitas nas eleições de 2020 e tomaram posse no dia 1º de janeiro de 2021.

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