Desaceleração da inflação abre espaço para queda na taxa Selic em agosto
O IBGE divulgou nesta quarta-feira, 7, dados sobre o IPCA de maio, mostrando que índice atingiu a menor taxa para o mês de maio desde 2020 e o menor patamar desde setembro de 2022
O IPCA, considerado a inflação oficial do país, divulgado pelo IBGE, desacelerou no mês de maio, atingindo o menor patamar de setembro de 2022. Na mesma semana em que outro índice de inflação, o IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas, já tinha registrado o menor nível desde 1947. O IPCA ficou em 0,23% em maio, menor patamar para o mês de maio desde 2020. O Índice de 12 meses ficou abaixo dos 4%, atingindo 3,92%, menor nível desde outubro de 2020. O cenário alimenta a discussão e a expectativa em torno do corte da taxa básica de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Em entrevista à Jovem Pan News, o professor do IBMEC do Rio de Janeiro, Gilberto Braga, avalia como os dados podem influenciar a decisão do Copom sobre a taxa básica de juros. “Na prática, os economistas entendem que ainda não há todas as condições para que a Selic seja diminuída de imediato. Entretanto, na próxima reunião de agosto, isso será inevitável, ainda mais se o Congresso Nacional aprovar o novo marco fiscal. Com regra fiscal, inflação caindo, desemprego relativamente controlado e condições consideradas aceitáveis, não existirá razões para uma postura conservadora da manutenção dos juros na estratosfera”, apontou Braga. Atualmente, a taxa Selic está em 13,75%, valor que foi mantido pelo Copom em maio de 2023, data da última reunião do grupo.
O analista do IBGE, André Almeida, avaliou a desaceleração do IBGE, apontando responsáveis pelo resultado. “O maior impacto e a maior variação no índice do mês vieram de saúde e cuidados pessoais, que subiu 0,93% , com destaque para altas do plano de saúde, de itens de higiene pessoal e de produtos farmacêuticos. Na sequência, vieram habitação, com alta de 0,67% e despesas pessoais, com alta de 0,64%. A maior queda veio nos transportes, com 0,57% influenciada pelo recuo de 17% no preço das passagesn aéreas e de quase 2% nos combustíveis”, explica Almeida. A mudança no cálculo do ICMS sobre os combustíveis e a reoneração integral de tributos federais sobre os preços dos combustíveis são elementos que devem ser considerados pelo Copom na hora de decidir a nova taxa básica de juros.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
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