Queiroga anuncia entrega de ‘kits intubação’, mas cobra ajuda dos Estados
Ministro da Saúde disse que os governos estaduais não podem apenas ‘empurrar’ a questão para as ‘costas do Ministério da Saúde’ e que é hora de ‘responder à sociedade com políticas públicas’
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pediu protagonismo de governadores na compra de medicamentos do chamado “kit intubação“. Nas últimas semanas, o Ministério da Saúde tem sido alvo de cobranças dos Estados para fornecer os medicamentos vitais para atender pacientes graves em UTIs. Queiroga disse que é hora de “responder à sociedade com políticas públicas”. “Os Estados também têm que procurar esses medicamentos. Sobretudo os grandes Estados, existem Estados que têm economia maior que de países e que têm condições de buscar esses insumos. Não é só empurrar isso para as costas do Ministério da Saúde, é uma atuação tripartite, se instituições privadas buscam importações e trazem esses insumos para cá, por que grandes Estados não fazem isso?”
Após receber nove solicitações, Queiroga prometeu enviar uma remessa do kit intubação a São Paulo em até 48 horas. O material veio da China e faz parte de um lote de 2,3 milhões doados por empresas ao Brasil. Segundo o panorama InfoGripe da Fiocruz, 23 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de queda nas internações e novos casos da doença. Entre as capitais, 20 apresentam sinal de recuo nas próximas semanas. O coordenador do levantamento, Marcelo Gomes, ressalta, porém, que a pandemia está muito longe de ser controlada.
“Se essa estabilização se confirmar, os hospitais vão continuar sobrecarregados. O número de hospitalizações vai continuar muito alto, número de óbitos vai continuar muito alto. Se piorar e voltar a crescer, já começa a crescer lá em cima, e daí é muito rápido para a o caldo entornar novamente”, disse. Nesta quinta, durante a assembleia geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao povo brasileiro. O pontífice lembrou que o sofrimento na pandemia não excluiu ninguém e fez um apelo por “união” e “reconciliação” para superar a crise.
*Com informações da repórter Letícia Santini
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