Queiroga evita associar vacinação de crianças à volta às aulas

No mesmo dia, governadores falaram sobre o tema, defendendo que não haverá exigência de prescrição médica para imunizar o grupo

  • Por Jovem Pan
  • 05/01/2022 07h56 - Atualizado em 05/01/2022 13h09
WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Usando máscara de proteção branca, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fala em coletiva de imprensa Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga

O Ministério da Saúde divulga nesta quarta-feira, 5, como será o cronograma de chegada de vacinas contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. A expectativa é que 3,7 milhões de doses sejam entregues pela Pfizer ainda em janeiro. Na última terça-feira, 4, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, evitou associar o início da vacinação à volta das aulas: “Vacinação não tem relação com aula. Inclusive, a Unicef já pontuou isso, a ONU, a Organização Mundial de Saúde… É parar de criar espuma em relação a questões que são secundárias, em relação ao enfrentamento da pandemia da Covid-19”.

Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, o governador do Piauí, Wellington Dias, disse que é possível garantir a presença das vacinas em todos os Estados em 48 horas a partir da chegada dos lotes. “É claro que o objetivo pela estratégia é começar por aquela crianças que tem o risco maior na imunização, crianças por exemplo, em tratamento de câncer, em baixa imunidade, por isso precisa ser priorizada. Outras dificuldade de imunização natural, crianças que moram em tribos indígenas, em comunidades quilombolas, ou seja, há um regramento semelhante aos adultos para os de maior risco”, pontuou.

O governo tem reiterado que os pais poderão livremente decidir sobre a vacinação dos filhos. Para o advogado Ariel de Castro, integrante do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo, a vacinação é um direito garantido das crianças. “Se cumpríssemos de fato a lei, elas seriam as primeiras a serem incluídas”, alegou Castro. Especialistas demonstram preocupação de que a exigência da prescrição médica não garanta uma distribuição igualitária das doses para as crianças. Gestores públicos por sua vez dizem que não vão adotar essa norma em seus estados. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, garante que a receita médica não será exigida na rede pública do Distrito Federal. “A gente espera que as crianças sejam vacinadas também, para garantir a eles a segurança necessária”, disse. Em São Paulo, a Secretaria Estadual da Educação pretende vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 dentro das unidades da rede pública. A estratégia repete o modelo adotado para a vacinação de adolescentes.

*Com informações do repórter Fernando Martins

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