Responsabilidade ao flexibilizar restrições difere São Paulo de vários países, afirma Jean Gorinchteyn

Secretário de Saúde comparou realidade do Estado, com melhora no quadro da pandemia, ao contexto europeu, onde novas ondas são enfrentadas; Ele também falou sobre a possibilidade futura de flexibilização do uso de máscaras

  • Por Jovem Pan
  • 15/11/2021 11h26 - Atualizado em 15/11/2021 12h59
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MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO O secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, falando ao microfone durante coletiva de imprensa Secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn

Os índices da pandemia da Covid-19 estão cada vez melhores em todo o Brasil, com menores taxas de mortalidade, internação e transmissão, além da vacinação crescente e com grande adesão da população. Enquanto o país vive a primeira verdadeira melhora do quadro pandêmico, países da Europa enfrentam novas ondas de infecções pelo novo coronavírus e passam a estabelecer mais uma vez restrições aos cidadãos, como na Áustria, onde o governo adotou o isolamento social exclusivamente para os não vacinados. Em entrevista ao vivo ao Jornal da Manhã, o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, comentou os resultados locais e fez avaliações comparativas dos cenários, apontando que as medidas tomadas em São Paulo são mais responsáveis, com o objetivo de evitar novas ondas da pandemia. O secretário ainda falou sobre possibilidades de novas flexibilizações e creditou a melhora da situação da saúde no Estado à “repercussão e resultado da vacinação”.

“O que nós vemos na Europa é que, a despeito da vacinação ocorrer, ela não acontece ainda em cifras tão significativas. E a retirada das máscaras aconteceu de uma forma muito mais precoce. As orientações dadas para ambientes restritos, ambientes de acesso a cultura, lazer, entretenimento, esporte, elas não acontecem lá, mas acontecem aqui. Nós estamos sendo muito responsáveis na abertura dos espaços. Os espaços foram escalonados na sua capacidade, inicialmente com 30% de ocupação até dia 14 de outubro, a partir do 15 de outubro passamos para 50% e, a partir agora, do dia 1º de novembro, a 100%, mas sempre com obrigatoriedade de vacina, seja nos jogos que nós vimos na semana passada, entre Brasil e Colômbia que nós tivemos uma ocupação de 21 mil pessoas na Arena Neo Química, no Taqueirão, e todas as pessoas tinham o ingresso garantido apenas se tivessem a sua condição vacinal de forma plena. Dessa forma, um ambiente absolutamente inseguro. Isso que nos difere de outros países como Estados Unidos, como países da Europa, mesmo Israel. Israel tinha feito um processo de vacinação bastante célere, hoje com 64% da sua população vacinada, mas já retira máscaras. Então esse tipo de conduta não acontece especialmente no estado de São Paulo”, afirmou Gorinchteyn.

O secretário comparou o cenário da pandemia em São Paulo também com o que ocorre atualmente nos Estados Unidos (EUA). “É importante a gente fazer um paralelo com o que acontece nos EUA. [Apenas] 57%, infelizmente, da população vacinada com esquema vacinal completo, diferente daquilo que nós pleiteamos hoje. Além disso, a questão da obrigatoriedade do uso de máscaras inexiste lá”, disse. Gorinchteyn afirmou que a vacinação deverá permanecer sendo incentivada e oferecida à população nos próximos anos e que o Estado está pronto para enfrentar uma nova onda, mas que está aplicando medidas para evitá-la. “A circulação do vírus aqui no nosso Estado ainda existe. Assim como, a partir de 2009, nós passamos a ter o H1N1, que aquele vírus da influenza, ou da gripe, que passou e criou uma pandemia, ele veio para ficar, por isso a vacinação anual, assim será aqui no nosso país e no nosso Estado [com a Covid-19]. Estamos muito atentos, estamos vigilantes e de uma forma muito responsável. Temos toda a estrutura hospitalar que foi estabelecida e que garantiu o acesso rápido a toda a população, não faltando assistência, seja hospitalar, de leitos, de unidades de terapia intensiva, oxigênio, respiradores e também medicamentos. O Estado de São Paulo tem essa estrutura, mas tem responsabilidade e preocupação com os números. Por isso nós estamos festejando, mas nem nenhum momento dissemos ‘olha, acabou, vamos para a rua, vamos tirar a máscara’. Isso não é uma realidade, não é a fala do governo do Estado de São Paulo”, pontuou.

E continuou: “São Paulo é o Estado que mais vacina no mundo. Nós 100% de primeira dose para a população adulta, acima de dezoito anos, e 83% de duas doses. Mas, o mais importante, é que temos 72% de toda a nossa população com o quadro vacinal completo. Números superiores ao que se tem no Reino Unido, que é 67%, e o visto nos Estados Unidos, de 57%. São Paulo é um case de sucesso, que teve o apoio da população em receber a vacina e em seguir todas as normativas sanitárias e, ainda hoje, a obrigatoriedade do uso de máscara”.

Questionado sobre a retirada da obrigatoriedade do uso de máscaras do no Estado de São Paulo, o secretário afirmou que a decisão será avaliada pelo comitê científico, que deverá definir a melhor forma com base em índices epidemiológicos. “Nós queremos pelo menos 75% da nossa população vacinada para que tomemos alguma estratégia [em relação às máscaras]. Nos próximos, dias teremos uma definição sobre esse quesito. Mas, primeiro, a retirada das máscaras deverá ocorrer em ambientes externos sem aglomeração, para os índices serem avaliados, passando para ambientes externos com aglomeração, ambientes fechados sem aglomeração e depois ambientes fechados com aglomeração. No final de tudo, teremos a retirada de [obrigatoriedade de] máscaras nos transportes públicos, que é um ambiente fechado com aglomeração. Quando falamos em Carnaval ou algum evento como, por exemplo, o Réveillon, são ambientes externos, porém com aglomeração. A obrigatoriedade do uso da máscara se faz presente. Aliar processo de vacinação e a utilização de máscara é algo extremamente responsável, consciente e obrigatório”.

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