Rumores sobre possível desabastecimento de combustíveis preocupam entidades do setor
Petrobras chegou a anunciar que não atenderá toda a demanda esperada para o mês de novembro; ANP nega risco
Desde a semana passada, os brasileiros estão atentos aos postos de combustíveis. Além da alta dos preços, a preocupação é sobre um possível desabastecimento nos estoques, sobretudo de gasolina e diesel. Isso porque a Petrobras chegou a anunciar que não atenderá toda a demanda de combustíveis esperada para o mês de novembro. Na última quinta-feira, 21, em Belo Horizonte, Minas Gerais, a incerteza fez filas se formarem em postos de gasolina. Segundo o presidente da Abrilivre, entidade que reúne distribuidores independentes, Rodrigo Zingales, a incerteza só traz prejuízos. “A Petrobras não está passando todas as informações, do tipo ‘estamos com algum problema em uma refinaria, por isso temos que reduzir a produção’, qual o tamanho do aumento da demanda.”
Segundo Zingales, ao analisar os relatórios da Petrobras dos últimos anos, é possível ver que há capacidade ociosa de refino. Isso pode não justificar a impossibilidade de atender a demanda. “O que a gente vê pelos dados é que, pensando em 2020, a capacidade ociosa da Petrobras estava relativamente alta em suas refinarias, em torno de 20%, 25%, até 30% dependendo da refinaria. Um outro ponto importante é qual foi o volume de aumento da demanda e quem está aumentando?”, questionou. Apesar da preocupação, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) garantiu na última semana que não há indicação de desabastecimento no mercado nacional de combustíveis neste momento e disse que, se necessário, tomará as providência cabíveis para reduzir os riscos.
*Com informações do repórter Fernando Martins
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