Saída para Auxílio Brasil cobrou preço ‘muito grande’ em termos de credibilidade, diz Campos Neto

Presidente do Banco Central alertou ainda para o aumento do chamado ‘risco-Brasil’

  • Por Jovem Pan
  • 01/12/2021 07h19 - Atualizado em 01/12/2021 08h27
Marcelo Camargo/Agência Brasil Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defende a inovação do Pix com a expansão de funcionalidades Em um evento anual da Federação Brasileira dos Bancos, Campos Neto defendeu o teto de gastos

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a solução para bancar o Auxílio Brasil cobrou um preço muito grande da credibilidade da economia brasileira. O governo federal trabalha na aprovação da PEC dos Precatórios para garantir o programa de transferência de renda. A proposta altera o cálculo do teto de gastos, que determina que as despesas não podem crescer mais que a inflação. Em um evento anual da Federação Brasileira dos Bancos, Campos Neto defendeu o teto. “Nós pagamos, em termos de credibilidade, um preço muito grande, para um desvio fiscal que não é tão grande. Existe uma percepção de que a forma como foi feita abalou o arcabouço fiscal que existia”, disse.

Roberto Campos Neto defendeu ainda a continuidade de reformas para mostrar que existe arcabouço fiscal. O presidente do Banco Central alertou para o aumento do chamado “risco-Brasil”. “Qual é o crescimento estrutural que o Brasil consegue ter? Se a gente tiver um crescimento estrutural de 2,5% e tiver um juros de 6% ou 7%, a gente tem uma trajetória de dívida. Mas se o crescimento é 1% e o juros estrutural é mais alto, aí você tem uma outra trajetória de dívida”, afirmou. Roberto Campos Neto confirmou que o Banco Central deve reduzir a projeção de crescimento para 2022. O economista disse que será mais baixo que 2,1%, mas deve ficar acima de 0,58% previsto pelo relatório Focus.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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