Salles agradece voluntários e diz que não é possível saber ‘quanto óleo ainda está por vir’

  • Por Jovem Pan
  • 21/10/2019 08h04 - Atualizado em 21/10/2019 09h57
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Segundo o ministro, não há mais dúvidas de que petróleo vazado é venezuelano

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou, nesta segunda-feira (21), que não é possível saber a quantidade de manchas de óleo que ainda podem aparecer nas praias do Nordeste. Em entrevista ao Jornal da Manhã, ele enfatizou o trabalho dos órgãos dos governos federais e de voluntários na retirada do petróleo, e negou que o governo esteja fazendo poucas ações sobre o caso.

“Temos trabalhado com o fator tempo para a retirada do óleo nas praias: toda vez que o óleo toca a costa, ele tem precisa ser retirado no mesmo dia, e isso tem sido cumprido. Por outro lado, dimensionar até quando pode haver essas ocorrências é mais difícil, porque não sabemos origem e nem quanto foi derramado, então não conseguimos mensurar quanto ainda pode estar por vir”, disse.

Segundo Salles, neste momento, esse é o único tipo de trabalho que pode ser feito, já que até mesmo o monitoramento dessas manchas é complicado. “Fazemos ações de monitoramento de para onde vai esse óleo mas, apesar dos esforços, nós não conseguimos achar as manchas. Elas só aparecem na praia. Então a ação principal é de contenção no local, o grande esforço, nesse momento, é retirar, diariamente, o óleo que toca a costa e deixar a praia limpa no final do dia.”

O ministro elogiou a ação de populares para ajudar na retirada e negou negligência do governo. “Essa não é uma narrativa correta. Desde o início, os órgãos públicos, sobretudo os federais, como Ibama, ICMBio, Marinha, Petrobras, saíram a campo para a retirada com todos os esforços que tem em mãos. Mas é um litoral com 2 mil quilômetros de extensão, quando o óleo toca a costa a equipe vai para lá, depois aparece em outro. Por isso, a ajuda dos voluntários tem sido fundamental, eles tem feito um grande trabalho.”

“Inclusive, o presidente [Jair] Bolsonaro pediu para eu agradecer, em nome dele, o trabalho excepcional dos voluntários na costa brasileira”, continuou.

Investigações

Perguntado sobre o andamento das investigações, Salles disse que”não há dúvidas” de que o óleo é venezuelano e que coincide com a amostra encontrada nos barris da empresa Shell. “[Os barris] claramente foram reutilizados. A Shell nos deu o mapa de quem comprou esses barris, e vimos que eles foram comprados em fevereiro deste ano. Portanto, há uma linha de investigação seguindo os barris, para quais companhias foram, quem trasportou e quem utilizou o óleo lubrificado, trocando para o óleo cru e reutilizando-os”, explicou.

De acordo com ele, também está sendo feito um levantamento de navios fantasma que possam ter passado pela costa brasileira, através da visualização de imagens de satélite de alta resolução. “É uma investigação visual, então é complexa, mas a Marinha ter parceria, inclusive, com as guardas costeiras de outros países”, finalizou.

 

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