Saúde mental de 53% dos brasileiros piorou entre 2020 e 2021, aponta estudo

A pergunta ‘como lidar com a ansiedade?’ bateu recorde no Google em 2020 e avançou 33% em relação ao ano anterior; ajuda psicológica e terapêutica pode ser alternativa

  • Por Jovem Pan
  • 07/01/2022 10h48 - Atualizado em 07/01/2022 11h00
Banco de imagens/Pexels Saúde mental Buscas no Google por temas ligados a transtornos mentais aumentou 98% em relação à média dos 10 anos anteriores.

De acordo com um estudo desenvolvido Instituto Ipsos,  encomendado pelo Fórum Econômico Mundial, 53% dos brasileiros afirmaram que a saúde mental piorou bastante entre agosto de 2020 e o mesmo mês de 2021. No primeiro ano da pandemia da Covid-19, as buscas no Google por temas ligados a transtornos mentais aumentou 98% em relação à média dos 10 anos anteriores. A pergunta ‘como lidar com a ansiedade?’ bateu recorde em 2020 e avançou 33% em relação ao ano anterior. A psicóloga Ana Gabriela Andreani lembrou que os quase dois anos de pandemia forçaram a população a lidar com grandes desafios emocionais. “Isso aumentou consideravelmente os casos de depressão, de burnout, crises de ansiedade, de crises de pânico, distúrbios alimentares, vícios de maneira geral”, afirma.

A assistente administrativa Ketryn Meireles teve muita dificuldade para lidar com o confinamento durante a pandemia da Covid-19. Como inicialmente ela acreditava que esse momento iria passar, Ketryn demorou para procura ajuda. Há quatro meses, quando a pandemia já durava um ano, ela decidiu iniciar a terapia. “No começo, a gente acha que vai passar muito rápido e que, esse período é por alguns meses, e aí quando eu vi, eu falei ‘nossa, eu acho que vai demorar mais do que eu imaginava e eu preciso fazer isso agora’, porque já estava durando um bom período, do momento atípico, ninguém nunca viveu isso antes. Conversar com alguém que pode, e tem preparação, para me ajudar a entender coisas… Muitos contatos que eu tenho com a minha família, com os meus amigos, agora, são diferentes. Ainda com contato, mas é diferente. Então, quando uma profissional vê todos esses ângulos da sua vida e aconselha, eu acho que a gente fica muito mais tranquilo”, relata.

A queda nos óbitos e hospitalizações por Covid-19, em decorrência do avanço da vacinação no final do ano passado, foi um alívio para a população brasileira, no entanto a chegada da variante Ômicron e as incertezas em relação ao futuro trouxeram um novo cenário. A neurocientista Cláudia Feitosa Santana aconselha as pessoas a prepararem o psicológico. “Se a nossa mente se prepara para ficar mais tempo e fica menos é melhor. O problema é ficar sempre achando que, daqui a pouco, vai passar. Isso é muito frustrante para nossa mente. Vamos pensar em cinco anos. Estamos sendo mais conservadores, mas realistas. Pode ser que sejam cinco anos. E o que de bom eu posso fazer durante esses cinco anos vivendo dessa forma? Quais são os meus planos alternativos? Por que que eu tenho que ter tanto apego a forma como eu sempre vivi antes?”, questiona. Os sinais de alerta envolvem tristeza e desânimo excessivos e por período prolongado, perda de interesse em atividades antes prazerosas e a sensação de colapso físico, mental e emocional.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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