‘Sem a queda do agronegócio, estaríamos celebrando PIB positivo’, diz secretário de Guedes
Adolfo Sachsida justificou a queda de 0,1% da economia pela crise hídrica que atingiu o país e defendeu a consolidação fiscal e as reformas pró-mercado: ‘É insistir no que deu certo’
Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). nesta quinta-feira, 2, mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuou 0,1% no terceiro trimestre, em relação aos três meses anteriores. O resultado negativo acontece após queda de 0,4% no segundo trimestre e coloca a economia brasileira em recessão técnica. Frente aos números negativos, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, pontua que é preciso entender as razões para a queda na economia brasileira, considerada por ele efeito do “choque climático” que atingiu o país. “Nós tivemos a maior crise hídrica em 90 anos, isso derrubou a atividade agropecuária em 8%. Se tivéssemos zerado a atividade do agro estaríamos celebrando um PIB de 0,3% positivo”, afirma o secretário, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News.
Adolfo Sachsida citou ainda que o país apresenta atualmente a maior taxa de investimento desde o terceiro trimestre de 2014 e defendeu as ações voltadas para a consolidação fiscal, assim como as reformas pró-mercado, e ressaltou: o governo não tem “bala de prata” para reverter a situação econômica. “É insistir no que deu certo em todo lugar do mundo e temos que lembrar que a queda do agro em 8% afetou em muito e isso é choque externo da natureza e das geadas localizadas. Esse é ponto, infelizmente, mas vamos continuar na nossa trajetória”, completou, citando a nova lei cambial e a lei de cabotagem como pontos a serem aprovados, além da PEC dos Precatórios – que será votada nesta quinta-feira no Senado Federal.
“Aprovando a PEC dos Precatórios parte expressiva do ruído do mercado vai desaparecer. À medida que passa vai ficar mais claro os resultados macros que temos tido, os dados de gastos do governo, da dívida pública. Todos são favoráveis”, pontuou. Ainda sobre os aspectos que fortalecem a economia, o secretário citou a vacinação em massa, considerada por ele “a grande política econômica” e citou dados da Pnad Contínua, que mostram aumento de 3,5 milhões de novos empregos nos últimos três meses. Em contrapartida, Adolfo Sachsida reconheceu que a inflação é uma preocupação e o “grande inimigo da população”, mas ponderou: “Vamos insistir na consolidação fiscal e nas reformas pró-mercado para aumento da produtividade e vamos deixar a situação delicada para trás”, finalizou.
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