Sem ação militar, embargos viram maior solução no combate ao Talibã

Especialistas acreditam que uma ação militar agora dependeria de chancela do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas

  • Por Jovem Pan
  • 29/08/2021 13h37 - Atualizado em 29/08/2021 13h41
EFE/STRINGER Combatente talibã monta guarda em Cabul Talibã tomou cidade de Cabul no meio de agosto

Apesar da tomada do Afeganistão pelo Talibã, especialistas avaliam que um confronto armado contra os extremistas é pouco provável no momento. O professor de relações internacionais da USP, Alexandre Uehara, aposta na imposição de embargos econômicos. “O primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, já mencionou que esta é uma possibilidade e vai depende muito do do encaminhamento, de desenvolvimento da situação no Afeganistão daqui pra frente. Eventualmente isso avançando e recrudescendo aa repressão sobre a população afegã, é bem provável e possível que os países mais desenvolvidos de fato acabem impondo novas sanções econômicas ao Afeganistão”, avalia Uehara. O professor de relações internacionais da Faculdade Metropolitana (FMU), Manoel Furriela, acredita que qualquer ação militar agora dependeria de chancela da Organização das Nações Unidas (ONU). “Eventual intervenção militar estrangeira ou atitudes de reprovação ou recondução do Afeganistão a um modelo internacionalmente aceito, que não coloque em risco a segurança internacional, deverá ser seguido em medidas tomadas pelo Conselho de Segurança da ONU”, diz o professor.

Uma das principais preocupações dos países europeus é a possibilidade de fuga em massa de afegãos, segundo o professora Alexandre Uehara. “Eles estão temendo, com a ascensão do Talibã ao país, haja uma onda de refugiados e que isso venha a afetar a estabilidade, com muita gente querendo entrar, seja na Europa, seja na Rússia neste momento”, considera Uehara. O professor Manoel Furguiel lembra que China e Rússia terão papéis importantes na crise internacional porque ainda mantém diálogo com o Talibã. “O que eu realmente acredito que as reações externas serão mais efetivas se forem principalmente lideradas pela Rússia e pela China, que são os países que tem uma melhor interlocução, neste momento, com o Afeganistão”, afirma. O movimento fundamentalista Talibã dominou três quartos do território afegão entre 1996 e 2001. Não foi um governo aprovado pela comunidade internacional. Depois dos atentados de 11 de setembro e da ocupação americana. os extremistas se refugiaram. mas mantiveram nos últimos 20 um conflito armado. Na semana passada ao retomar a capital Cabul e quase todo o país, lideranças prometeram um regime mais flexível, mas a comunidade internacional duvida das intenções.

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