Sem blocos no Largo da Batata, Carnaval terá mudanças na Vila Madalena

Sociedade Amigos de Vila Madalena tenta encontrar o melhor formato para agradar os moradores do bairro, possibilitando a festividade, mas também o descanso e o trabalho no mesmo dia

  • Por Jovem Pan
  • 14/02/2023 10h15 - Atualizado em 14/02/2023 13h13
Foto: RONALDO SILVA/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Imagem aérea feita com drone do Largo da Batata, na Zona Oeste de São Paulo Imagem aérea feita com drone do Largo da Batata, na Zona Oeste de São Paulo

A programação de Carnaval terá alterações na Vila Madalena, bairro do samba e dos foliões em São Paulo, neste ano de 2023. Diferentemente dos anos anteriores, não haverá blocos no Largo da Batata, o que deve ter como consequência, a redução de pessoas nas ruas do bairro, já que muitos migravam para lá após outras atrações. Além disso, em uma área demarcada pela prefeitura os ambulantes não poderão trabalhar. Ainda assim, ruas como Purpurina, Fradique Coutinho, João Moura, Fidalga são parte do trajeto dos mais de 70 desfiles que devem acontecer na área de abrangência da subprefeitura de Pinheiros no mês de fevereiro. Cássio Calazans de Freitas, presidente da Sociedade Amigos de Vila Madalena (Savima), diz que, aos poucos, as melhorias vão sendo feitas para tentar agradar o máximo de moradores. “Se houver desfile de Carnaval aqui das 10h às 15h, mais ou menos, as pessoas vão perder o almoço. Mas depois das 15h em diante, se entrar a turma da limpeza, fiscalização, deixar tudo tinindo, você ganha, pode trabalhar até às 22h. Tem a chance das pessoas poderem brincar o Carnaval e degustar seus produtos. A gente tenta agradar todo mundo. É difícil achar o equilíbrio”, afirma.

Silvério Soares mora e trabalha na Vila Madalena. Ele sempre brincou Carnaval, mas já há alguns anos vem reclamando do aumento da violência nos blocos. “Fui com a minha esposa em um bloco de rua tentar brincar um pouco, mas não entrei porque tinha muita gente, muitos adolescentes com garrafas de cerveja na mão, bebendo, jogando a garrafa no chão, fazendo xixi nas portas dos prédios… Não eram cenas tão legais de se ver. E, aí, você percebe que a maioria desses frequentadores não são pessoas que moram na Vila. São pessoas que vêm de fora”, comenta. No último final de semana, quando a cidade teve diversas agremiações de rua, Silvana Carnicelli, que nasceu e vive até hoje na Vila Madalena, desfilou atrás de trios elétricos tanto no sábado quanto no domingo. “Eu adoro Carnaval. Teve desfile agora no sábado e no domingo, blocos na minha rua. Eu amei. Participei de todos eles. E os blocos que tem aqui no nosso bairro, talvez por causa dessa nossa ótima organização da prefeitura e da PM, inclusive, eu quero elogiar, foi tudo excelente, não teve problema nenhum na frente da minha casa. Organização, horário, limpeza das ruas, nada incomodou”, diz ela.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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