Sem vacina, especialistas apontam importância do teste e diagnóstico da varíola dos macacos

Secretário de Saúde Jean Gorinchteyn ressaltou que as pessoas precisam ficar atentas a manchas pelo corpo e que a doença não dá sintomas gripais

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2022 07h00 - Atualizado em 01/08/2022 09h02
REUTERS varíola do macaco Paciente durante investigação de varíola de macaco

A vacina contra a varíola dos macacos pode demorar para chegar ao Brasil por causa da falta de fabricantes. Uma empresa da Dinamarca é a única fornecedora e as doses são escassas. O governo brasileiro já declarou que está em negociação com a companhia para adquirir as unidades do imunizante. Em entrevista à Jovem Pan News, o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn, destacou que o Instituto Butantan poderá produzir vacinas, mas depende da transferência da tecnologia. “Autorizou para que o Instituto Butantan fizesse tratativas no sentido de trazer a matriz desse vírus, que nós chamamos de transferência de tecnologia, para que possamos produzir aqui no Brasil em larga escala. Hoje, nós temos uma vacina disponibilizada por uma indústria na Dinamarca, ela não é específica para o vírus da varíola dos macacos, mas ela tem uma resposta cruzada, tanto para a varíola humana, quanto para a varíola dos macacos. Dessa maneira, o próprio ministério já vem em negociação para a aquisição de doses da vacina. Qual foi a resposta? Eles não tem a capacidade de produção de mais vacinas”, declarou o secretário.

Como ainda não há previsão de quando a vacina contra a varíola dos macacos começará a ser aplicada, cresce a importância da testagem no enfrentamento à doença. No Brasil, esse trabalho é feito por laboratórios públicos de referência, mas a iniciativa privada já está se preparando. Para Carlos Martins, presidente de uma das principais empresas do setor de diagnóstico do mundo, os testes e a vigilância em saúde são fundamentais para conter o avanço do surto. “Até por não sabermos muito bem qual a eficácia das vacinas que existem e se vai poder ser uma realidade, o diagnóstico tem que ser um dos pilares fundamentais para esta estratégia. E acreditamos que, tanto prefeituras, como os estados no Brasil podem e devem priorizar ações de vigilância epidemiológica, com foco  no rastreamento de contatos, na identificação e suspeita dos casos, no segmento, isolamento e assistência para os casos confirmados também. Também sabemos que o paciente está cada vez mais empoderado, portanto a população deve estar atenta aos sintomas e, diante de suspeita da doença, procurar atendimento médico o mais rápido possível”, declarou.

O secretário Jean Gorinchteyn ressaltou que as pessoas precisam ficar atentas a manchas pelo corpo, que a varíola não dá sintomas gripais e que o primeiro passo na detecção da doença é saber identificar os casos suspeitos: “A partir de então é feito um procedimento de diagnóstico utilizando exatamente o PCR, aquele PCR que nós fazíamos para a Covid-19, porque essas lesões têm um conteúdo rico em vírus. Outras doenças virais podem causar o surgimento de vesículas, principalmente o grupo da família herpes, que também podem se dar dessa maneira. Através do resgate desse conteúdo viral é feito o PCR, que amplia o material genético e identifica se é, ou não, o vírus da varíola dos macacos”.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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