Senado dos EUA retoma nesta quarta julgamento do impeachment de Trump

Defesa e acusação terão 16 horas cada para apresentar argumentos antes da Casa decidir se convoca testemunhas ou segue para a votação

  • Por Jovem Pan
  • 10/02/2021 07h56 - Atualizado em 10/02/2021 09h50
EFE/EPA/Chris Kleponis / POOL Donald Trump A acusação afirma que o ex-presidente cometeu um "crime violento" e não deve concorrer de novo à presidência

O Senado dos Estados Unidos retoma nesta quarta-feira, 10, o julgamento do impeachment do ex-presidente Donald Trump. Defesa e acusação terão 16 horas cada para apresentar argumentos antes da Casa decidir se convoca testemunhas ou segue para a votação. O ex-presidente americano é acusado de incitar o ataque ao Capitólio no dia 6 de janeiro, durante a sessão que ratificou a vitória de Joe Biden. Nesta terça, os senadores decidiram que o processo é constitucional e estabeleceram as regras do julgamento. O placar foi 56 a 44, com seis republicanos votando contra o ex-presidente. O resultado indica que Trump não deve ser condenado, já que são necessários 67 votos para considerá-lo culpado.

O professor de Relações Internacionais da FAAP, Carlos Gustavo Poggio, afirma que a votação vai demonstrar a força de Donald Trump dentro do partido republicano. “Aqueles que votarem contra o Trump, qual vai ser o destino político dele? Vamos lembrar que vamos te eleições legislativas dos Estados Unidos já no ano que vem, as chamadas eleições de meio de mandato. Qual vai ser o futuro dos republicanos que se posicionaram contra o Trump? Se a gente ver um desempenho ruim daqueles que se posicionaram contra o Trump e um desempenho bom daqueles que se posicionaram a favor dele, isso vai indicar uma força muito grande do Trump dentro do partido com a possibilidade dele indicar alguém.”

Os democratas apresentaram um vídeo com uma linha do tempo do dia 6 de janeiro, mostrando cenas da invasão acompanhadas do discurso de Trump horas antes. A acusação afirma que o ex-presidente cometeu um “crime violento” e não deve concorrer de novo à presidência. O líder da acusação, deputado democrata Jamie Raskin, lembrou que a filha estava no Capitólio na hora da invasão. Ele se emocionou ao lembrar que ela disse que não queria mais voltar o local.

Os advogados de Donald Trump reconheceram que Biden foi eleito pelo voto popular e não mencionaram a tese de fraude eleitoral, mas negaram que o republicano tenha sido responsável pelo ataque. A sessão contou com forte esquema de segurança dentro e fora do Congresso, e nenhum incidente foi registrado. Ao ser perguntado, Biden disse que não vai acompanhar o julgamento do antecessor e que isso é trabalho do Senado.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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