Senador do PSD fala sobre reeleição de Pacheco e possibilidade de apoio ao governo Lula
Angelo Coronel (PSD) deu detalhes das movimentações de seu partido na transição e também falou sobre as manifestações contrárias ao resultado das urnas
Após a eleição e em meio a protestos que rejeitam o resultado das urnas, autoridades têm feito apelos pela pacificação do Brasil. Para falar sobre a atual fase de transição, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o senador Angelo Coronel (PSD). O parlamentar deu detalhes das movimentações de seu partido para reeleger Rodrigo Pacheco (PSD) como presidente do Senado Federal e também especulou a possibilidade da legenda integrar a base de apoio ao governo Lula (PT): “O almoço na casa do presidente Rodrigo Pacheco foi muito focado na questão da recondução do Rodrigo à presidência do Senado. O partido fechou questão com o nome dele, vamos agora tentar costurar o apoio de outros partidos que compõem o Senado da República. Evidentemente que estamos em um período de transição. O presidente Kassab externou as conversas que teve com a Gleisi, a presidente do PT, e a possibilidade e viabilidade do partido vir a apoiar o governo futuro”.
“Evidente que o PSD é um partido muito diferente e eclético. São 11 senadores e acredito que 7 votaram em Bolsonaro e 4 votaram no presidente Lula. Então é um partido que tem correntes diferentes em vários estados brasileiros. O presidente Kassab apresentou o nome do líder do PSD na Câmara, Antonio Brito, para fazer parte do Conselho Político da equipe de transição. Hoje, ele vai indicar mais quatro nomes, que serão quatro senadores que farão parte também da Comissão de Transição. O que nós queremos é governabilidade. E, se ficar tudo certo, comprovado, diplomado e com posse feita, nós vamos trabalhar para ajudar o Brasil”, detalhou.
A respeito dos protestos contra o resultado das urnas, Angelo Coronel avaliou que o Brasil vive uma polarização “jamais vista na sua história”, defendeu o processo eleitoral, mas também ponderou que as manifestações pacíficas são legítimas: “Eu nunca participei de uma eleição com tanto calor e tanta divisão no Brasil. Evidentemente que os poderes constituídos, Legislativo, Judiciário e Executivo tem que manter o equilíbrio, porque o resultado das urnas tem que ser respeitado. É natural que grupos queiram realmente saber se houve algum problema de fraude, ou não. Mas nós temos que trabalhar para dar essa tranquilidade ao povo brasileiro. Se for questionar, daqui a pouco vão questionar a eleição do Tarcísio em São Paulo, do Jorginho em Santa Catarina, do Wilson no Amazonas. Então, isso vai virar um pandemônio. É importante que as Forças Armadas apresentem esse relatório hoje para que, com isso, a gente realmente tire qualquer nuvem de que houve algum problema no pleito eleitoral. Vamos aguardar”.
“Tem coisas que ficam levadas ao campo do exagero. Vivemos em uma democracia plena onde as pessoas tem o direito de se expressar e externar o seu sentimento. Infelizmente, não temos ainda o ‘VAR eleitoral’, como temos no futebol. Mas é necessário que as pessoas questionem, isso é natural. O povo brasileiro não pode simplesmente ver, ouvir e ler um resultado e achar que está tudo bem, cruzando os braços. Evidente que o processo eleitoral brasileiro, ao longo da sua existência com as urnas eletrônicas, nunca teve problema. Espero que realmente não tenha tido nenhum problema. Mas não podemos ficar por aí querendo cercear as pessoas de falarem e externarem os seus sentimentos”, criticou o parlamentar a respeito das medidas tomadas contra as manifestações.
Nesse sentido, o senador defendeu que cabe às instituições pacificarem o clima após as eleições e melhorarem o relacionamento entre os poderes: “Acredito que as urnas são soberanas, e a gente tem que respeitar o resultado das urnas. Para isso, evidente que tem correntes que ficam insatisfeitas, é natural. Mas o presidente Rodrigo é muito tranquilo, muito consciencioso, uma pessoa muito equilibrada. Ontem, na conversa, ele ficou de voltar a conversar com ministros do TSE e ministros do Supremo para que a gente consiga, o mais rápido possível, tentar pacificar. Para que com isso a gente não espante investidores internacionais, não espante empresários que querem ampliar seus investimentos no Brasil. Ninguém quer ficar num país com esse frisson que está. Precisamos de segurança jurídica e paz”. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.