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Sequência de tragédias pode deixar rastros traumáticos para quem vivenciou ou acompanhou

Tiroteio na escola estadual Raul Brasil, no Jardim Imperador, em Suzano, na Grande São Paulo, nesta quarta-feira (13)

As tragédias vivenciadas e acompanhadas pelos brasileiros nos últimos meses geram grande comoção e marcas na população.

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A tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, a morte de adolescentes no centro de treinamento do Flamengo, as vítimas das chuvas em São Paulo e no Rio de Janeiro e o massacre em Suzano fizeram com que cidadãos, mesmo distantes, compartilhassem da dor e da tristeza de forma profunda.

Para quem vivencia de perto, casos como esses podem gerar problemas como tensão pós-traumática. Mas, aqueles que acompanharam de longe também acabam sentindo uma tensão e uma preocupação fora do comum.

No dia seguinte ao ataque na escola estadual Raul Brasil, uma confusão na linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo deixou 11 pessoas levemente feridas. Os passageiros confundiram o barulho de uma cadeira de rodas que travou na escada rolante com o de tiros.

A psicanalista Adriana Barbosa Pereira, professora doutora da PUC de São Paulo, explicou que esse clima de preocupação é natural após traumas coletivos: “é normal que a população fique em alerta, atenta, com tensão diferente, porque ela viveu um trauma coletivo e que aponta para risco de ser violentado a qualquer momento”.

Adriana Barbosa Pereira destacou que a escola é um local onde familiares esperam que os filhos estejam seguros e protegidos.

A psicóloga e cofundadora do Phases Saúde Integrada, Anne Prado, lembrou que a hiperexposição aos relatos das tragédias também pode prejudicar a saúde: “quem fica muito em casa, só pensa em tragédia, tem esse lado da influência e que a pessoa já está mais debilitada, mais insegura”. Ela disse que é preciso entender e lidar com o fato de que nem tudo está no controle das pessoas.

Para o psicoterapeuta Leo Fraiman, a tristeza que permanece tem relação com os hábitos que o cérebro cria: “quando acontecem tragédias, acidentes, mortes, nos sentimos impotentes, e aí o cérebro tende a trazer a ideia de que tudo que há no mundo é verdadeiro e iminente perigo”. Ele lembrou que situações como essas são raras, apesar da sequência de tragédias em 2019.

O psicoterapeuta ressaltou ainda que é preciso desviar das fotos enviadas pelo WhatsApp e respirar fundo toda vez que a tensão prejudicar o foco e o sono.

*Informações do repórter Matheus Meirelles

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