Sete em cada dez bares e restaurantes estão endividados, diz associação do setor

Pesquisa aponta que 64% dos estabelecimentos promoveram demissões, sendo que, em média, 21% dos colaboradores foram desligados

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2021 06h45 - Atualizado em 18/05/2021 08h59
Tomaz Silva/Agência Brasil Integrando os segmentos de bares, restaurantes e viagens, a prestação de serviço foi o setor mais impacto pelas medidas de isolamento social Desse total, 79% devem para bancos, 54% estão com impostos em atraso e 37% têm débitos com fornecedores

Live solidária, delivery, mudança de cardápio: o proprietário do Duboiê, tradicional bar de São Caetano do Sul, na Região Metropolitana de São Paulo, tentou de tudo para salvar o estabelecimento durante a pandemia. Para conseguir manter o local sem fechar, Valdir Junior vendeu o carro e um apartamento, mas mesmo assim está endividado. “A gente não conseguiu nem 10% do faturamento real que a gente tinha antes, a gente segue nessa luta para tentar sobreviver. Com relação aos funcionários, a gente fez a demissão neste ano, a gente fez uma demissão, tivemos que pegar financeiramente nossos valores, vender carro, apartamento que eu tinha para poder pagar os funcionários. Impostos a gente deve muito, aluguel a gente deve muito, alguns fornecedores a gente ainda deve. Estamos devendo bastante, a gente deve muito ainda”, relata. O caso de Valdir não é o único. Segundo pesquisa da Associação Nacional de Restaurantes, 71% dos bares e restaurantes possuem dívidas. Desse total, 79% devem para bancos, 54% estão com impostos em atraso e 37% têm débitos com fornecedores.

O estudo também aponta que desde o início da pandemia 64% dos estabelecimentos promoveram demissões; em média, 21% dos colaboradores foram desligados. O diretor-executivo da ANR, Fernando Blower, afirma que segurança e linhas de crédito são essenciais para a mudança de cenário. “O mais importante é que a gente garanta não haver retrocesso. Ou seja, que a reabertura seja gradual e progressiva. A gente precisa conseguir conciliar a atividade econômica com os protocolos, o setor está pronto para cumprir os protocolos, é importante que a gente tenha essa garantia de continuidade. Além disso, precisa de linha de crédito desburocratizada e sem as garantias normalmente requeridas”, explica, ressaltando que a recomendação é que os estabelecimentos continuem investindo em plataformas online e de delivery. Atualmente, os restaurantes podem operar das 6h às 21h no Estado de São Paulo. A gestão do governador João Doria aumentou de 25% para 30% a recomendação de capacidade máxima dos estabelecimentos.

*Com informações da repórter Beatriz Manfredini

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