Sistema híbrido e horários flexíveis no trabalho devem continuar no pós-pandemia
Especialistas e funcionários apontam que as lideranças precisam aprender a cobrar o resultado de forma diferente
Reuniões, capacitações, resolver os problemas de forma remota. Suleima Matelo precisou correr para se adaptar ao home office. Com quase 2 anos de pandemia, a funcionária do Sebrae Mato Grosso até já se acostumou a trabalhar através do mundo digital. “A gente se deparou com a necessidade de desenvolver novas competências e se readaptar. As pessoas que passaram a ser mais resilientes, a entender esse novo momento, a desenvolver a criatividade porque perceberam que é possível capacitar de forma online, fazer processos seletivos e reuniões, que as vezes a gente colocava objeções. Tudo foi otimizado e um modelo de trabalho diferente surgiu. Agora a gente consegue trabalhar de forma híbrida”, disse a funcionária.
Das mudanças nas relações de trabalho, Suleima quer levar para o futuro o formato híbrido e a preocupação com a saúde mental. O formato híbrido e a preocupação com a saúde mental do colaborador são dois fatores que devem continuar nas relações de trabalho daqui para frente. “Eu sou uma pessoa totalmente social, então foi uma situação que mexeu muito com o meu emocional e eu vi de vários outros colegas também. Foi o que eu menos gostei e não gostaria que continuasse”, afirmou. O formato híbrido e a preocupação com a saúde mental dos colaboradores são dois fatores que devem continuar nas relações de trabalho daqui pra frente. O horário flexível, o investimento na formação dos funcionários e a diversidade dentro da equipe também tiveram impactos positivos no desempenho durante os últimos dois anos. A pandemia agilizou a adoção de mudanças que já vinham sendo apontadas por especialistas.
Junto com a antecipação das soluções, também foram adiantados os problemas – que podem ser resolvidos em 2022. O Especialista em Desenvolvimento Humano, Jonas Duarte, afirma que as lideranças precisam aprender a cobrar o resultado de forma diferente. “As pessoas continuaram cobrando os colaboradores como se estivesse no presencial. Acho que até piorou, porque estando no home office, as pessoas começaram a trabalhar de madrugada à noite e a cobrança até aumentou. Tem líder ligando para as pessoas às 21 horas da noite”, exemplificou. “Eu contato a pessoa pela sua disponibilidade. ‘Eu tenho trabalho e dois, três dias de disponibilidade’. Então está bem, eu vou cobrar ela dentro daquela disponibilidade. E o resultado é de cada um. Quando a gente fala de horário flexível, o líder vai ter que se adaptar. Ele vai ter que cobrar cada um individualmente.”
Com a consolidação do híbrido, a revisão dos benefícios se torna necessária – para os funcionários que seguirem o digital, a ajuda de custo deve ser voltada para a equipamentos e internet de boa qualidade, enquanto os presenciais, devem continuar com vale-transporte e alimentação. O especialista Jonas Duarte reforça a importância do planejamento das empresas, até com rodízios, para atender as particularidades do modelo híbrido. “As empresas têm que se preparar para os dois, porque não pode só focar em um. Todo mundo volta para o presencial e esquece o digital e tudo que investiu. Não, deixe pronto para os dois. Preparar os colaboradores para estar no mundo digital e no mundo presencial é super importante para as empresas. Se você tiver estruturado para ter uma empresa híbrida, você pode fazer um balanço”, recomendou Duarte.
*Com informações da repórter Nanny Cox
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