‘Situação de estoques de sedativos e de oxigênio é grave’, diz Frente Nacional de Prefeitos

Jonas Donizette, presidente da FNP, afirmou que municípios que têm mais estão socorrendo aqueles que tem menos, e cobrou atuação do Ministério da Saúde

  • Por Jovem Pan
  • 20/03/2021 11h57 - Atualizado em 21/03/2021 01h00
EFE / RAPHAEL ALVES Município do interior de São Paulo fez alerta ao Estado após sobrecarga no sistema de saúde Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) alertou para a de falta de medicamentos para entubação de pacientes em UTIs

O prefeito de Campinas e presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Jonas Donizette, disse que a situação dos estoques de oxigênio e insumos para tratamento da Covid-19 é grave. Segundo ele, a “carta aberta” divulgada pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), que alerta para a de falta de medicamentos para entubação de pacientes em UTIs, reafirma o que os gestores municipais vem alertando. “Temos estoques muito baixos. Os municípios que têm um pouquinho mais estão socorrendo os que tem menos, mas esse não é um cenário ideal. O ideal é uma atuação do Ministério da Saúde, que me parece que está sendo feita de forma de requisição administrativa em laboratórios que fabricam esse medicamento, por isso esse desequilíbrio na rede particular”, explicou Donizette em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, neste sábado, 20.

De acordo com ele, os estoques mais preocupantes são em relação a medicamentos sedativos e ao oxigênio. Em relação ao último, motivo de caos há um mês em Manaus, o prefeito afirmou que, primeiramente, o Ministério da Saúde “tirou o corpo fora”, dizendo que não era responsabilidade da pasta. Porém, no dia 13 de março, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma portaria pedindo uma relação de produção e estoque de oxigênio de todas as fabricantes brasileiras. “Se a Anvisa pediu o relatório, é porque é de interesse e responsabilidade do governo federal”, pontuou. Donizette disse, ainda, que gostaria de ter “informações mais precisas”, pois o que sabe vem de prefeitos que ligam pedindo socorro, como o de Petrolina, em Pernambuco.

O presidente da FNP comentou, ainda, sobre a representação apresentada pelo Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), pedindo o afastamento temporário do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) das funções e competências administrativas relacionadas à pandemia da Covid-19. Segundo ele, apesar do vice Hamilton Mourão ser “muito mais ponderado e preparado”, é difícil que o pedido seja acatado. “Acho o Mourão muito mais equilibrado que nosso atual presidente e mais preparado, mas quem foi eleito presidente foi Bolsonaro, então temos as regras democráticas do país, o vice só assume em caso de impedimento do titular.”

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