Situação de Zé Trovão mobiliza parlamentares aliados a Bolsonaro

Deputados chegaram a anunciar que entrariam com um pedido de habeas corpus em favor do caminhoneiro, alvo de ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes

  • Por Jovem Pan
  • 10/09/2021 10h40 - Atualizado em 10/09/2021 10h42
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MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Deputado Vitor Hugo e deputada Carla Zambelli Deputados Vitor Hugo e Carla Zambelli em coletiva após encontro do presidente Jair Bolsonaro com caminhoneiros

Parlamentares aliados ao governo federal, sobretudo do Partido Social Liberal (PSL), passaram a quinta-feira, 9, acompanhando a situação do caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão. Alvo de uma ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por supostamente incentivar atos antidemocráticos, ele está hospedado em um hotel no México e é monitorado pela Polícia Federal. Mesmo com o nome entre os mais procurados pela Interpol, o caminhoneiro continua desafiando a decisão da Suprema Corte, publicando vídeos nas redes sociais. “Não cometi nenhum crime. Estou indo para o Brasil, provavelmente, preso. Preso politicamente, preso por crime de opinião. Eu peço a todos os brasileiros. Tudo o que estou fazendo é pelo Brasil”, disse em vídeo.

Após participar de um encontro do presidente Jair Bolsonaro com caminhoneiros, o líder do PSL na Câmara, deputado Vitor Hugo, chegou a anunciar que ele e outros aliados entrariam com pedido de habeas corpus em favor do foragido. “É um gesto que nós faremos esperando que outros componente dos Três Poderes também façam gestos em prol da pacifica e harmonia necessária entre os poderes”, disse. Uma coletiva de deputados do PSL chegou a ser convocada para dar detalhes sobre o recurso, mas foi cancelada após o chefe do Executivo fazer uma declaração à nação buscando diminuir a crise gerada pelos discursos de 7 de setembro.

A posição do presidente, no entanto, foi vista com ressalvas entre apoiadores e parlamentares aliados, como o deputado Otoni de Paula, recentemente alvo de mandados de busca por supostamente incentivar ações antidemocráticas. “Daniel Silveira está preso. Roberto Jefferson está preso, Zé Trovão está preso. Wellington Macedo está preso. Oswaldo Eustáquio está preso. Não, senhores, lamento dizer não é tempo de paz quando o inimigo não quer paz, quando o adversário só que guerra. Lamento, presidente”, afirmou. O senador Flávio Bolsonaro agiu para conter a frustração de parte da base aliada com o manifesto do pai. Em uma rede social, ele pediu que os seguidores “confiem no capitão”. Ele assegurou que o chefe do Executivo “sabe o que está fazendo e é para o bem do Brasil”.

*Com informações do repórter João Vitor Rocha

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