SP: Filas para retirada de RG dobram o quarteirão e geram aglomeração

Antes da pandemia eram emitidos cerca de 22 mil carteiras de identidade por dia, agora com a capacidade reduzida são aproximadamente mil

  • Por Jovem Pan
  • 12/08/2020 07h36 - Atualizado em 12/08/2020 08h14
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Arquivo/Agência Brasil O atendimento que é por ordem de chegada vai das 9h às 17h, quando é encerrado o expediente

O choro da desempregada, Maria Edinalda da Silva reflete a peregrinação para tirar um simples documento de identidade. “Eu estou passando mal, com a pressão baixa. Estou aqui desde às quatro horas da manhã”, conta. Esta dificuldade foi agravada porque o Detran alegando questão de segurança está exigindo RG (cédula de identidade) atualizado para emitir a Carteira Nacional de Habilitação. Além disto, com o auxílio emergencial devido a pandemia, houve uma corrida para a emissão do documento, o que gerou uma concentração no Instituto de Identificação, na região central da capital paulista, uma vez que os postos do Poupatempo permanecem fechados.

O atendimento que é por ordem de chegada vai das 9h às 17h, quando é encerrado o expediente, algumas pessoas se aproveitam da situação e já ficam em frente ao local para vender um lugar para o dia seguinte, como conta o estudante Alexandre de Jesus. “Eles estão cobrando de R$10 a R$20”, afirma. A fila não dobra apenas na esquina, mas também dá a volta no quarterão. O distanciamento mínimo exigido não é respeitado, há aglomerações entre os que esperam por horas e a reclamação é geral. “Isso é uma humilhação, precisar tirar um documento e ficar esse tempo todo por isso. Por que o Poupatempo não está aberto? Por que se abre os bares até 22h e não se abr o Poupatempo?”, questiona uma moradora que aguarda na fila.

Antes da pandemia eram emitidos cerca de 22 mil carteiras de identidade por dia, agora com a capacidade reduzida são aproximadamente mil. O difícil mesmo é ficar em pé por muito tempo. O seu Jair Batista disse que as dores começaram a aparecer por todos os lados. O que a população quer é somente ser bem atendida, até para evitar problemas de saúde. “Dói, não tem lugar para sentar e não vou sentar no chão para não pegar bactéria. Eu estou andando um pouco para ver como está, mas é cruel ficar de pé esperando. Não é fácil não, dói tudo”, conclui.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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