Salário de até R$ 13 mil e videoaula: Secretário detalha concurso para contratação de 15 mil professores

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, Renato Feder, que comanda a pasta da Educação no Estado, também deu detalhes sobre ações para prevenir ataques às escolas

  • Por Jovem Pan
  • 11/05/2023 10h09 - Atualizado em 11/05/2023 12h26
  • BlueSky
Reprodução/Jovem Pan News renato-feder-entrevista-jornal-da-manha-reproducao-jovem-pan-news Secretário da Educação do Estado de São Paulo, Renato Feder, em entrevista ao Jornal da Manhã

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) publicou nesta quinta-feira, 11, o edital para o concurso público que vai contratar 15 mil professores efetivos para rede estadual de ensino. As inscrições podem ser realizadas de 15 maio até 12 junho no site da Vunesp. Para falar sobre a medida, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o secretário de Educação de São Paulo, Renato Feder, que exaltou a iniciativa pois o Estado não realiza concursos para professores efetivos há quase uma década, o que inflacionou o número de temporários na rede estadual: “Depois de muitos anos, conseguimos oferecer que 15 mil professores novos entrem na nossa carreira, com salários inicias de R$ 5 mil e que vão até R$ 13 mil no final da carreira (…) O Estado de São Paulo tem quase 200 mil professores, um percentual grande deles são professores temporários, o que não é o ideal. O ideal é que os professores estejam na nossa carreira e, à medida que eles vão evoluindo, eles vão recebendo mais para poder se aposentar com um salário adequado”.

“Os temporários não conseguem aumentar os seus salários. O nosso convite é para que os professores temporários façam o concurso e entrem na carreira, que começa em R$ 5 mil e a cada ano há um aumento de aproximadamente 10% (…) A tendência é que os temporários façam a prova para, como política pública, diminuir o percentual de temporários que o Estado de São Paulo tem”, declarou. De acordo com o comandante da Seduc-SP, a ideia é fazer mais um concurso já no ano que vem: “Para o governador é prioridade isso, repor, ter um quadro forte de professores, um quadro adequado. A ideia já neste primeiro ano é trazer 15 mil e provavelmente no ano que vem mais 15 mil professores também para entrar na nossa carreira”.

Renato Feder também falou sobre o processo seletivo, que traz mudanças em comparação com os anteriores: “A grande novidade é que não é só uma prova. Uma prova é muito importante para medir um professor, mas ela não é tudo. A gente trouxe uma grande novidade para o concurso público. Professor de matemática faz prova de matemática, o de português faz de português, e assim por diante. Mas, além da prova, o professor grava uma videoaula. Nessa videoaula ele fala, a gente consegue ver o carisma, o tom de voz, se ele é envolvente com os alunos e qual é a metodologia que ele usa. Tudo isso dá uma pontuação. A gente vai ter a classificação do 1º lugar até o número 15 mil. Por essa classificação o professor escolhe onde ele quer dar aula, ele tem uma pontuação que o ajuda a escolher (…) Depende da classificação dele, e os critérios principais são a prova escrita na disciplina dele e como ele se saiu na videoaula”.

As provas objetiva e discursiva serão realizadas no dia 6 de agosto. O candidato deverá escolher qual a sua disciplina de atuação, sendo possível se inscrever em uma ou duas disciplinas, desde que sejam em horários distintos. A taxa de inscrição é de R$ 40 para uma única opção de disciplina e R$ 60 para duas. Doadores de sangue estão isentos. Estudantes e pessoas de baixa renda podem solicitar a redução da taxa. Ambos os casos necessitam de comprovação prévia, conforme critérios do edital.

Os ataques nas escolas de São Paulo e Santa Catarina, entre os meses de março e abril, trouxeram à tona o debate sobre segurança nas escolas e saúde mental dos alunos em todo o Brasil. A nível federal e estadual, diversas medidas têm sido estudadas para prevenir este tipo de atentado. Quase dois meses após a ocorrência na escola paulista, o secretário detalhou as ações que o Estado têm tomado neste sentido: “A gente tinha, nas 5 mil escolas, cerca de 500 professores, ou seja, em aproximadamente 10% das escolas tinha um professor voltado à saúde mental. A gente está ampliando, já estamos em 2,5 mil treinados para isso e a gente vai para 5 mil. 100% das escolas vão ter um professor voltado à saúde mental focada nos alunos. A gente também está contratando 550 psicólogos, estamos no meio dessa contratação. A licitação deve ocorrer em breve e ainda em junho a gente vai licitar estes psicólogos, para eles entrarem em agosto. Cada psicólogo vai olhar e cuidar de dez escolas em média. As escolas vão ser semanalmente visitadas por psicólogos”. Para reforçar a segurança nas unidades educacionais em regiões de maior vulnerabilidade social, o secretário afirmou que seguranças privados desarmados serão contratados: “Essa licitação também está em andamento e esses seguranças devem chegar em agosto”.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.