Suspeitos de ataque hacker a celulares de autoridades prestam depoimento

Reús na Operação Spoofing deram detalhes do roubo de mensagens que atingiu políticos, magistrados e procuradores da Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 22/05/2021 11h27 - Atualizado em 22/05/2021 11h27
Pixabay Imagem de um homem de capuz com o rosto coberto pela sombra ustavo Elias Santos, Luiz Henrique Molição e outras quatro pessoas foram presas no âmbito da Operação Spoofing

Réus no caso do ataque hacker a celulares de autoridades, Gustavo Elias Santos e Luiz Henrique Molição prestaram novos depoimentos nesta sexta-feira, 22, e deram detalhes do roubo de mensagens que atingiu políticos, magistrados e procuradores da Lava Jato. Eles foram ouvidos por videoconferência pelo juiz Ricardo Leite, da 10.ª Vara Federal de Brasília. Ambos chegaram a ser presos durante as investigações, mas foram liberados após a homologação de acordos de delação premiada. Durante interrogatório, Gustavo Elias Santos negou ter participado das invasões aos celulares. “Eu fui muito surpreendido em meados de 2019 quando a Polícia Federal invadiu meu apartamento me acusando de um crime que eu não tinha cometido”, disse Gustavo. Ele ainda afirmou que foi enganado por Walter Delgatti Netto, apontado como líder do grupo criminoso. “Eu lembro que eu tinha um blog e não me recordo se eu passei essa conta para ele, se eu deixei ele usar. Muito provavelmente, sim, eu deixei ele usar, porque a gente era amigo”, conclui.

Segundo a depor, o ex-estudante de Direito Luiz Henrique Molição explicou como Delgatti Netto, conhecido “Vermelho”, teria invadido os aparelhos. “O Walter se vangloriava das invasões das contas de Telegram e WhatsApp dos procuradores da Lava Jato e me contou que houve o recebimento de R$ 100 mil quando ele vendeu para o veículo”, contou. Luiz Henrique Molição ainda detalhou como Walter entrou em contato com o jornalista Glenn Greenwald, então editor do site The Intercept Brasil, responsável por divulgar as mensagens vazadas. “Nesse dia, o Walter disse que teve contato com o jornalista Glenn Greenwald dizendo que ele conseguiu esse contato através da deputada Manuela D’Ávila e não disse como ele chegou até ela”, completou. Além de Gustavo Elias Santos e Luiz Henrique Molição, outras quatro pessoas foram presas no âmbito da Operação Spoofing, deflagrada em julho de 2019, acusados de invadir os celulares de autoridades. Foi com base nessas mensagens, consideradas impossíveis de comprovação, segundo a Polícia Federal, que o STF anulou as condenações do ex-presidente Lula na Lava Jato e abriu caminho para o petista disputar as eleições do ano que vem.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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