TCU amplia prazo para Pazuello esclarecer uso de cloroquina contra a Covid-19

Inicialmente, o período estipulado pelo órgão era de cinco dias para posicionamento do Ministério da Saúde

  • Por Jovem Pan
  • 28/01/2021 06h34
MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO - 14/10/2020 Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello No despacho, o ministro Benjamin Zymler questiona a mudança de narrativa de Eduardo Pazuello sobre o medicamento.

O Tribunal de Contas da União (TCU) ampliou para 10 dias o prazo para o Ministério da Saúde se manifestar, oficialmente, sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. Inicialmente, o período estipulado pelo órgão era de cinco dias para um posicionamento da pasta. A cloroquina não tem eficácia cientificamente comprovada contra o coronavírus, mas o governo tem comprado o medicamento e distribuído a estados e municípios.

No despacho, o ministro Benjamin Zymler questiona a mudança de narrativa de Eduardo Pazuello sobre o medicamento. Ele afirma que o titular da pasta vem se “pronunciando no sentido de que o órgão não indica qualquer medicação para ser utilizada no combate à doença”. “A posição oficial do Ministério da Saúde, com indicação dos fundamentos para a decisão oficial vigente ou a viger, devendo encaminhar as medidas adotadas a fim de demonstrar a coerência na orientação do ministério.”

O governo também terá de se explicar sobre o aplicativo TrateCov, que recomendava a cloroquina e outros remédios como “tratamento precoce”. Durante a sessão desta quarta-feira, 27, o ministro Bruno Dantas criticou o aplicativo, que foi tirado do ar no último dia 21. “Qualquer sintoma que se colocasse, qualquer peso que se colocasse para o paciente, a receita era rigorosamente a mesma e o tratamento indicado pelo aplicativo, disponibilizado oficialmente pelo ministério da saúde. Isso é gravíssimo. O tratamento era, mais uma vez, hidroxicloroquina”, disse. Dantas também criticou a forma como o governo federal tem conduzido a pandemia e afirmou que foram gastos pela União R$ 90 milhões com medicamentos que não têm comprovação científica.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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