TCU pede explicações ao Ministério da Defesa sobre ‘apuração paralela’ das eleições

Órgão quer informações concretas de como o acompanhamento será feito na prática e do que se pretende em caso de alguma divergência

  • Por Jovem Pan
  • 23/09/2022 09h32 - Atualizado em 23/09/2022 11h35
Jonnie Roriz/Estadão Conteúdo Urna eletrônica fotografada antes do início das Eleições 2010 Urna eletrônica fotografada antes do início das Eleições 2010, na capital paulista

O Tribunal de Contas da União encaminhou um ofício ao Ministério da Defesa para que sejam dadas explicações em cinco dias sobre o trabalho de auditoria que as Forças Armadas pretendem, supostamente, fazer das urnas eletrônicas no próximo dia 2 de outubro, dia das eleições. O Tribunal quer saber o que os militares pretendem avaliar, se vão apenas comparar as informações dos boletins de urna físicos com os resultados divulgados ou se a ideia é extrapolar os resultados eleitorais, além de saber também o que o Ministério da Defesa pretende fazer em caso de divergência, quais testes serão aplicados para evidenciar ou questionar as informações coletadas e quais serão as amostrar utilizadas para fazer a comparação com o resultado oficial. Em caso de divergências serem identificadas, o TCU quer saber também quais testes serão aplicados para evidenciar ou questionar os achados. O Tribunal lembra que realiza o acompanhamento do processo eleitoral desde o ano passado e que, diante de informações de que o Ministério da Defesa também coletaria informações de 385 boletins de urnas espalhados pelo país, pediu esclarecimento sobre o procedimento que será executado, quais critérios, quais as populações e quantidades de seções analisadas, o nível de confiança, margem de erro e variação das amostras.

O TCU vai fazer a auditoria em 2022 em 4.161 urnas eletrônicas. Os auditores vão comparar informações dos boletins com as informações efetivamente divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. As informações do TCU serão coletadas por servidores concursados. Até por isso, quer saber também quem fará a coleta das informações no Ministério da Defesa, se o trabalho será terceirizado, como será a captura das informações, com fotos dos boletins, por exemplo, e como será o procedimento de conferência. Os militares rechaçam a tese de “apuração paralela” e fazem questão de ressaltar que o objetivo é apenas acompanhar e entender o processo eleitoral como um todo.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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