Teerã não vai enviar aos EUA caixa-preta de Boeing que caiu e matou 176

  • Por Jovem Pan
  • 09/01/2020 06h15
EFE queda avião Teerã Vídeos que circulam na internet mostram que o avião pegou fogo no ar

As autoridades do Irã afirmaram que não vão encaminhar a caixa-preta do avião que caiu nesta quarta-feira (8) para a Boeing, nos Estados Unidos.

O procedimento rotineiro, após acidentes aéreos, é enviar o equipamento para análise da montadora responsável — mas isso não será feito frente à intensificação das tensões entre os dois países.

O voo 752 da Ukraine International Airlines decolou de Teerã nesta quarta com destino a Kiev, capital da Ucrânia. O Boeing caiu logo depois no sudoeste da capital iraniana.

Vídeos que circulam na internet mostram que o avião pegou fogo no ar. Todos as 176 pessoas que estavam a bordo morreram — entre as vítimas, 82 eram iranianos e 63 canadenses. O restante se divide entre suecos, afegãos, britânicos, alemães e ucranianos.

A embaixada da Ucrânia no Irã divulgou uma nota dizendo que a queda teria sido causada por problemas técnicos no motor, mas apagou o documento e declarou que nenhuma hipótese está descartada.

O presidente ucraniano Volodymir Zelensky anunciou que uma comissão especial vai trabalhar para definir as causas da tragédia. Autoridades iranianas e canadenses também afirmaram que vão investigar o acidente.

De acordo com a companhia Aérea, Ukraine International Airlines, o avião foi produzido em 2016 e entregue à empresa direto da fábrica. A última manutenção foi feita no dia 06 de janeiro de 2020.

Por meio de nota, a UIA ressaltou a experiência da tripulação e descartou a possibilidade de falha humana.

A companhia aérea suspendeu todos os voos para Teerã por tempo indeterminado.

Outras empresas fizeram o mesmo, mas devido ao envio de mísseis iranianos para bases norte-americanas no Iraque. A recomendação veio da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, que pediu a suspensão de todos os voos norte-americanos do espaço aéreo iraniano e iraquiano.

Apesar do avião pertencer à linha 737 da Boeing, o modelo não é o mesmo envolvido em duas tragédias entre outubro de 2018 e março de 2019. As quedas anteriores aconteceram em aeronaves 737 MAX, e a principal causa foi uma falha no software MCAS.

O programa não está presente na versão envolvida no acidente no Irã.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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