Tendência do home office não assusta investidores de fundos imobiliários

Apesar da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19, a projeção é de aquecimento para esse mercado específico

  • Por Jovem Pan
  • 07/05/2021 11h10 - Atualizado em 07/05/2021 12h41
Cristiano Souza/Google Maps avenida-paulista O índice de imóveis vagos no segmento comercial diminuiu de 38% registrado em dezembro do ano passado para 27% em março de 2020

Estamos há mais de um ano da pandemia no Brasil e a tendência do home office não assustou investidores em fundos imobiliários. Consultores na área observam que, em São Paulo, o mercado de prédios comerciais de alto padrão está estável — inclusive com crescimento em algumas regiões. É o caso da Chucri Zaidan, na zona sul. Uma pesquisa feita pela XP Investimentos revela que o estoque ali cresceu mais de 200% desde 2013. E o especialista Kaique Grossmann diz que há espaço para avançar mais. “A região da Chucri tem bastante terreno, tem bastante oportunidade de novos desenvolvimentos. Então entrega bastante ativos nos últimos anos. Das últimas seis maiores transações, cinco foram dessa região.”

Kaique avalia que, apesar da crise econômica provocada pela pandemia, a projeção é de aquecimento para esse mercado específico. Grandes empresas que estão em lajes corporativas de alto padrão já exerciam o trabalho remoto antes e pouco teve impacto. Também de acordo com a pesquisa, a vantagem de uma área em ascensão, como a Chucri Zaidan, são preços mais atraentes de metro quadrado do que por exemplo, a Faria Lima — conhecido centro financeiro da capital paulista. Na outra ponta do mercado imobiliário, na operação de aluguéis de imóveis comerciais, a crise afetou. Mas o momento já é de melhora nos números. Segundo a Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo, 2021 começou com um cenário de recuperação.

O índice de imóveis vagos no segmento comercial diminuiu de 38% registrado em dezembro do ano passado para 27% em março deste ano. O presidente da AABIC, José Roberto Graiche Júnior, diz que o mercado de locação comercial reagiu mais rápido do que o residencial e as projeções para o ano são boas. “Tudo o que vier vai vir para melhor, nós entendemos. Porque é só expansão, quando melhorar a economia. De certa forma, os escritórios se adaptaram ao que podia ou não se fazer em home office. A tendência agora é só de melhora.” Segundo ele, o momento ainda é favorável ao inquilino em termos de negociação de preço — algo que não é visto quando a economia vai muito bem — especialmente nos grandes centros como Faria Lima e Avenida Paulista, que ficam com estoques quase zerados para aluguel comercial.

*Com informações da repórter Carolina Abelin 

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