‘Tendência é não ter aumento para ninguém’, diz Ricardo Barros sobre reajuste a servidores

Líder do governo reconheceu que ‘não há recursos’ para atender todas as categorias e disse que os valores devem ser realocados

  • Por Jovem Pan
  • 19/01/2022 10h34 - Atualizado em 19/01/2022 11h48
DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Deputado Ricardo Barros, líder do governo na Câmara Ricardo Barros disse ter alertado que reajuste exclusivo a policiais federais provocaria reações nas demais categorias

Um dia depois da paralisação de servidores em protesto pelo aumento salarial, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, reconheceu que a tendência é que nenhuma categoria seja beneficiada com o reajuste. Em conversa com o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta quarta-feira, 19, Barros afirmou que atender apenas parte dos trabalhadores acaba provocando reações. “Obviamente é difícil dar aumento para algumas categorias e não para outras. Já havia alertado isso antes, mas sou líder do governo. Se o presidente deseja fazer o aumento e encontrar solução para isso, nós vamos encaminhar. Mas é realmente muito difícil encontrar um caminho para atender apenas algumas categorias e isso provoca reação das demais”, disse o deputado, que reconheceu como válida as reivindicações dos trabalhadores.

O Congresso Nacional aprovou o pedido do governo federal para destinação de R$ 1,7 bilhão à correção salarial dos servidores. Embora não sejam especificadas as carreiras, o pedido inicial contemplava apenas policiais federais e policiais rodoviários federais, o que levou à reação de auditores fiscais da Receita Federal, que pedem cumprimento de acordo de 2016, e também a adesão de funcionários do Banco Central às paralisações e movimentos de entrega de cargos comissionados. A avaliação, no entanto, é que realmente “não há recursos no Orçamento para aumento geral de todas as categorias”. “Se dividir em outras categorias o aumento será de 0,5%, o que é irrelevante. Então o que me parece é que tende a não ter aumento para ninguém e os recursos tendem a ser realocados.”

“Se for a decisão do presidente de prestigiar as forças de segurança e for encontrar uma solução, vamos avançar. Me parece muito complexo que a gente consiga dar aumento para apenas algumas categorias”, reforçou Ricardo Barros, que negou uma possível realocação dos recursos do Fundo Eleitoral para viabilizar os reajustes. Para ele, a decisão de proibir os financiamentos privados de campanha foi da sociedade. “É preciso que todos tenham direito de levar a sua mensagem e oportunidade de se eleger e cabe ao poder público financiar isso. Não tem que se discutir essa questão. O valor do Fundo Eleitoral é consequência da mudança na legislação”, finalizou.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.