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Testar pessoas sintomáticas expõe apenas a ponta do iceberg, diz diretor clínico do Fleury

coronavírus, criança

O Brasil está subestimando o número real de contaminados com o novo coronavírus por não poder realizar o exame que comprova o covid-19 em todos os pacientes. Essa é a avaliação do infectologista e diretor clínico do Glupo Fleury, Celso Granato, em entrevista ao Jornal da Manhã.

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“Um dos motivos é porque só fazemos exames em pessoas sintomáticas, então só pegamos a ponta do iceberg. Quem está abaixo dessa linha d’água não tem o diagnóstico confirmado, mas transmite a doença. Essa é a razão da expansão do vírus.”

De acordo com Granato, o Grupo Fleury teve a decisão de realizar os exames apenas nos pacientes hospitalares. “Estávamos preocupados com a expansão do vírus pelo mundo. Como atendemos uma série de hospitais, optamos por aceitar apenas materiais vindos de lá. Isso limita a oferta do teste, visto que eles são importados e não são infinitos. Essa é também uma maneira de selecionar quem mais precisa dos testes.”

Segundo o diretor clínico, nesse momento a avaliação clínica não substitui o exame — mas seria a atitude ideal. “Identificando mais pessoas, isolamos mais e evitamos expansão. Mas não tem teste para todo mundo, é uma pandemia. No caso da H1N1, em 2009, chegou um momento em que 90% dos testes davam positivos. Nessa hora, não é preciso fazer mais.”

“No caso do coronavírus, realizaremos o máximo de testes possíveis. Mas não é possível testar todo mundo infinitamente, nem é necessário, na verdade.”

Celso Granato ressalta que o período de incubação do novo coronavírus é de 12 dias. Com isso, ele orienta o presidente — que, apesar de testar negativo duas vezes, manteve contato com infectados. “Se nesse prazo ele tem um exame negativo, ele não se contaminou. O ideal é fazer como os brasileiros repatriados. Se ele dá negativo em 12 dias, está tudo certo.”

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