Toque de recolher avança pelo Brasil e mais cidades restringem circulação
Com aumento de internações pela Covid-19, autoridades impõem fechamento de praias e propõem novas medidas para conter as contaminações pelo coronavírus
Mais cidades decidiram implementar o toque de recolher para tentar frear a propagação do coronavírus. A prefeitura de Chapecó, em Santa Catarina, anunciou medidas para restringir a circulação de pessoas. As determinações começam a valer a partir desta terça-feira, 23, e vão até domingo, dia 28. Durante o período, fica proibida a movimentação entre as 22h e as 5h. Só poderão funcionar farmácias, mercados, postos de gasolina e indústrias. O transporte público terá capacidade de passageiros reduzida em 50%. Também está proibido consumo de álcool nas ruas. O prefeito, João Rodrigues, está em Brasília para se reunir com representantes do governo federal. Segundo ele, mesmo com o sistema de saúde colapsando, não pretende fechar tudo. “Me perdoem, meus amigos, não é o meu desejo, minha prioridade, mas não vou fechar tudo. Não vamos fechar tudo, simplesmente tomaremos uma restrição a partir da meia noite de hoje até a próxima segunda-feira”, disse. Além de Chapecó, a cidade de Xanxerê, também de Santa Catarina, adotou medidas restritivas.
Em Salvador, com quase 100% dos leitos de terapia intensiva ocupados, o prefeito Bruno Reis anunciou o fechamento de praias e clubes por pelo menos sete dias. “Todos os campos e quadradas, a partir de amanhã, estarão fechados em Salvador. Não permitiremos a utilização desses equipamentos público. Também, a partir de quarta-feira, vamos fechar novamente todas as praias de Salvador”, afirmou. Na Paraíba, o toque de recolher começa a valer também nesta terça-feira e terá duração de 15 dias. No Piauí, atividades não essenciais estão restritas e as aulas presenciais suspensas a partir desta quarta-feira. A ocupação de leitos na cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, fez com que a prefeitura também anunciasse toque de recolher entre as 20h e as 5h. Além disso, está proibida a venda de bebidas alcoólicas em qualquer horário e será montado um hospital de campanha.
Em entrevista ao programa direto ao ponto, o médico imunologista e professor titular da Faculdade de Medicina da USP, Joge Kalil, disse que houve um “relaxamento” por parte da população. “Houve o relaxamento desde finados [novembro], piorou Natal e Ano Novo e piorou agora no Carnaval. Nós nos acostumamos a ter a doença, mas a doença está matando mais gente do que quando estávamos apavorados em julho e agosto”, disse. A preocupação aumenta em função do surgimento de mais casos relacionados à variante do coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, até 20 de fevereiro de 2021, foram notificados 184 casos da variante P.1 no Brasil, sendo a maioria deles no Amazonas. Sobre a mutação do Reino Unido, já foram registrados 20 casos, sendo 11 em São Paulo, seis na Bahia, dois em Goiás e um no Rio de Janeiro. Até o momento, não há registro da variante da África do Sul no país.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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