Prefeitos e governadores intensificam toque de recolher para conter novos casos da Covid-19
Rio Grande do Sul, Ceará e Bahia, por exemplo, impuseram medidas restritivas, como suspensão das aulas, para conter avanço de infecções
Diante do crescente aumento de casos de coronavírus, governos estaduais têm adotados medidas mais restritivas para conter o avanço da doença. No Rio Grande do Sul, 11 regiões que concentram 68% da população gaúcha estão na fase preta. Ao todo, já são mais de 6,8 mil óbitos no estado. O agravamento da Covid-19 fez com que o governador, Eduardo Leite (PSDB), suspendesse as atividades em locais públicos entre as 22h e as 5h. A determinação começa a valer neste sábado, 20, e vai até o dia 1º de março. Segundo Leite, a norma é uma medida de restrição, mas não configura toque de recolher, por questões jurídicas.
“Não é um toque de recolher, há discussão jurídica sobre toque de recolher que impeça deslocamento de pessoas. Mas há possibilidade sem isso estar já bastante conhecido e reconhecido, a disposição, a possibilidade do estado dispor sobre a restrição de atividades e aglomerações em locais públicos”, explicou o governador. Eduardo Leite ressaltou os esforços para ampliação de leitos e atendimento hospitalar, mas lembrou o limite de infraestrutura e recursos humanos. “Há número de pacientes em leitos de UTI que o estado não tenha capacidade de suportar, por mais esforço que se tenha feito no crescimento dos leitos de UTI. Não é infinita a capacidade de expansão, aumentamos em mais de 100% e temos alternativa em um plano de emergência que também vai buscar garantir atendimento a todas as pessoas que precisam.”
As aulas, que estavam programadas para recomeçar na segunda-feira, 20, foram suspensas. O governador disse que solicitou ao Ministério da Saúde que professores com mais de 60 anos entrem na fila como grupo prioritário para receber a vacina. A situação na Bahia, que já tem quase 78% dos leitos ocupados, também fez o governo adotar medidas mais restritivas. Em 343 municípios foi decretado toque de recolher entre as 22h e as 5h. A medida começou a valer nesta sexta-feira, 19, e vai até o dia 25 de fevereiro. A determinação, no entanto, não vale para o funcionamento de metrôs, rodoviárias e aeroportos.
A subsecretária de Saúde da Bahia, Tereza Paim, afirmou que, no atual momento, o número de casos ativos é o maior desde o início da pandemia, com 17 mil contaminações. Ela destacou a importância do papel da população para reduzir o aumento de casos. “Não tem jeito. Se as pessoas não participarem do controle da doença, não conseguiríamos avançar e teríamos mais mortes. A gente tenta mitigar esses efeitos em relação as empresas, a gente entende, mas é preciso que a população entenda que, de fato, quando você aglomera, quando você utiliza bebida alcoólica ou não, mas você está sem máscara, isso faz com que as pessoas transmitam mais o vírus.”
O Ceará, 8º estado com maior número de infecções, também vive uma situação semelhante. As medidas restritivas vigoram desde a última quinta-feira e vão até o dia 28 de fevereiro. Com a ocupação de leitos aumentando, o governador Camilo Santana determinou também a suspensão das aulas presenciais nas escolas e em universidades. Na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, o sistema de saúde está colapsando e a prefeitura colocou a cidade em quarentena por 60 horas, proibindo a circulação de pessoas e veículos, e determinando o fechamento de bancos, supermercados e postos combustíveis. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil já contabiliza 10.081.676 da Covid-19; o total de óbitos é de 244 mil e 765.
* Com informações da repórter Camila Yunes
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