Vacinas atuais são eficazes contra a varíola dos macacos, diz infectologista
Imunizante pode ser utilizado em pessoas mais vulneráveis ao vírus Monkeypox, que provoca a doença, ou para diminuir os sintomas de quem já foi infectado imediatamente após a exposição
Diante da Emergência Global da varíola dos macacos, autoridade brasileiras estudam novas medidas. No começo do mês de julho, o governo de São Paulo criou um comitê para acompanhar o avanço dos casos no Estado. Na última semana, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) orientou a compra das vacinas contra a enfermidade, que estão sendo produzidas Dinamarca, via Instituto Butantã. Por sua vez, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que ainda não houve qualquer pedido de registro da vacina contra a varíola dos macacos para ser utilizada no Brasil. O infectologista Marco Sáfadi explica que a doença pode ser passível de prevenção com as atuais vacinas contra a varíola.
“Tem se mostrado eficientes. Essas vacinas podem ser utilizadas tanto para aqueles indivíduos que apresentam fatores de risco para adiquirir a doença. Ou seja, identificar na população quais são os indivíduos que se encontram sob o maior risco de adquirir essa doença e vaciná-los. E elas podem também ser usadas em indivíduos que, eventualmente, se expuseram ao vírus, ou seja, se infectaram, e, no período imediatamente após essa exposição, uma vez administrada a vacina ela pode abortar a evolução da doença ou minimizar os seus sintomas”, explicou Sáfadi.
O diretor da Vigilância em Saúde da Secretaria de Saúde da cidade de São Paulo, Luiz Artur Caldeira, explica o que vem sendo feito no município para controlar a doença que tem um nível de letalidade baixo. “A cidade de São Paulo já está articulada, já tem todas as tratativas, já está estruturada para o atendimento dos casos de Monkeypox em toda a rede de assistência, tanto pública quanto privada. Nesse momento, toda a rede municipal de saúde está habilitada e com insumos já nas unidades de atendimento para a identificação precoce dos casos, orientação do isolamento e monitoramento, tanto dos pacientes quanto os seus contatos, para que, justamente, a gente possa controlar a disseminação da doença na cidade”, afirmou.
Caldeira também explicou como vem sendo feito o tratamento das pessoas diagnosticadas com a varíola dos macacos na capital paulista. “Neste momento, nós estamos enfrentando uma doença de caráter benigno, com as informações que temos até agora, e de tratamento praticamente ambulatorial, muito mais de acompanhamento dos casos e mitigação da transmissão com isolamento”, disse. São Paulo é o Estado que registrou o maior número de casos da doença no Brasil até o momento.
*Com informações do repórter João Victor Rocha
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