Vale recorre de decisão que protege antigo lar de preguiças-gigantes
Conhecidas como paleotocas, estruturas foram escavadas há milhares de anos; Justiça proibiu ações que possam deteriorar ou destruir o local
A mineradora Vale recorreu de uma decisão que protege o antigo lar de preguiças-gigantes. As paleotocas são estruturas em forma de túneis de centenas de metros de comprimento que forma escavadas em rochas por mamíferos gigantes já extintos que habitavam a América do Sul. A caverna em que a Vale quer promover a exploração fica nos limites do distrito espeleológico Serra do Gandarela em Caeté, na região metropolitana de Minas Gerais. As estruturas foram escavadas por preguiças-gigantes há 10 mil anos conforme explica o pesquisador e professor na Unesp Francisco Buchmann. “Existem dois tipos de paleotocas. As feitas por tatus-gigantes e pelas preguiças gigantes, que são grandes salões que se interconectam. […] É uma estrutura extremamente rara”, disse Buchmann. Em decisão no dia 20 de junho, a justiça reconheceu a paleotoca como local preservado, determinando que a Vale e o Estado de Minas Gerais se abstenham de ações que possam provocar a deterioração e a destruição do local. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais afirma que a mineradora apresentou embargos declaratórios e pediu efeito suspensivo da decisão. O Ministério Público estadual já está elaborando uma resposta, enquanto a Justiça ainda não analisou o pedido da Vale. A intenção da mineradora é implementar uma mina, usina e ramal ferroviário no local. O recurso visa garantir que a paleotoca será preservada e esclarecer alguns pontos. Em nota, a Vale elaborou plano de ação para suavizar impactos, como barreira físicas e sismográficos para monitoramento.
*Com informações do repórter David de Tarso
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