Veto ao plástico avança no Brasil, preocupa setor e divide comércio

  • Por Jovem Pan
  • 20/01/2020 08h06
Pixabay Copo plástico pode ser proibido em SP Copos, talheres e pratos de plastico estão proibidos em São Paulo

Na última semana, a cidade de São Paulo sancionou uma lei que proíbe a venda de materiais plásticos em estabelecimentos comerciais. Entre esses produtos estão copos, pratos, talheres e até varas para balões de festas infantis.

Legislações como essa estão se espalhando pelo Brasil e movimentando o mercado sustentável. Segundo um levantamento realizado pela ONG WWF Brasil, além da capital paulista, outros oitenta municípios têm regras anti-plástico em vigor.

A maior parte das cidades só proíbe o canudinho feito desse material, como é o caso do Rio de Janeiro e de Vitória. Corumbá, no Mato Grosso do Sul, e Montenegro, no Rio Grande do Sul, foram além e também vetaram a distribuição de copos plásticos.

Fernando de Noronha, em Pernambuco, proíbe diversos plásticos de uso único. Em Belém (PA), e em Belo Horizonte (MG), estão em tramitação projetos que proibem copos e canudos desse material.

O gerente comercial e marketing da empresa Castropil, uma fabricante de plásticos e materiais biodegradáveis, Rubens Souza, afirma que a demanda pelos produtos sustentáveis está crescendo cada vez mais.

“O material plástico se mantém estável, em relação a 2019, com um crescimento também, porém, os produtos biodegradáveis cresceram 11%, em relação ao período anterior. Então, sem dúvida nenhuma, é um mercado que vem em franca evolução.”

O presidente da seccional de São Paulo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, afirma que a entidade viu como positiva a lei aprovada em São Paulo. Percival Maricato disse ainda que o impacto econômico para os estabelecimentos comerciais será mínimo.

“Felizmente, essa lei – apesar de o vereador não ter lembrado de consultar os setores envolvidos – não é tão prejudicial. Temos um prazo de um ano para adequação.”

O presidente da Plastivida, Instituto Socioambiental de Plásticos, discorda dessa vilanização do plástico. Para Miguel Bahiense, a relação do homem com esse e com outros materiais é que precisa de cuidados.

“Os plásticos não são vilões. Os plásticos trazem benefícios para a sociedade. Os plásticos preservam alimentos por mais tempo, por exemplo. A gente precisa aprender a consumir conscientemente, e como cidadãos e sociedade, descartar de forma correta.”

De acordo com outro levantamento da WWF, o Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. Ao todo, são produzidos mais de 11 milhões de toneladas de lixo plástico por ano. O país, porém, recicla apenas 1,2% desse montante, o que equivale a 145 mil toneladas. A média mundial de reciclagem é de 9%.

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