Vice-governador de SP defende protocolo conjunto entre escolas e polícia para evitar atentados
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, Felício Ramuth falou sobre o ataque feito por um adolescente de 13 anos nesta segunda-feira, 27, numa instituição de ensino na zona oeste da capital paulista
Nesta segunda-feira, 27, um adolescente de 13 anos matou uma professora e feriu outras cinco pessoas com facadas em um atentado na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo. Para comentar o caso e dar detalhes sobre medidas para evitar ataques como este, o vice-governador Felício Ramuth (PSD), deu entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, onde detalhou medidas que serão tomadas pelo governo e destacou a necessidade de um protocolo entre as escolas e a polícia para evitar ocorrências como esta: “Sem dúvida nenhuma, se nós tivéssemos um protocolo melhor estabelecido para identificar situações como essa, o resultado poderia ter sido diferente (…) Qual o nível de sinal que um jovem pode dar e que requer um passo a mais no seu acompanhamento? Existia uma reunião marcada dentro da escola para tratar de temas de violência justamente com esse jovem. E justamente neste dia da reunião marcada que tudo isso aconteceu. É preciso, de fato, ter mais atenção”.
“Recentemente, por volta de 20 a 30 dias atrás, duas escolas também tinham sido ameaçadas por alunos e a ação da polícia conseguiu evitar que isso acontecesse (…) Existe um programa que agora nós temos a obrigação e o compromisso de ampliá-lo. 500 profissionais são hoje treinados pelo programa Conviva, que é o programa de melhoria da convivência e proteção escolar. Vamos transformar isso em um programa dez vezes maior, de 500 para 5 mil profissionais treinados para identificar vulnerabilidades e colocar em prática as ações proativas de segurança. Também a questão dos psicólogos nas escolas, com 150 mil horas de atendimento nas escolas para que a gente possa auxiliar esses jovens que passam por um momento difícil”, declarou. Ramuth destacou que os policiais já fazem rondas em escolas por meio da Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Policial Militar (Dejem) e que estuda a viabilidade de contratar agentes da reserva para trabalharem nas escolas.
A antiga escola do adolescente havia alertado a polícia sobre “vídeos comprometedores” do ex-aluno com supostas armas de fogo e que o agressor havia feito ameaças ao colégio anterior. Segundo o Boletim de Ocorrência, o aluno “encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por Whatsapp”. O vice-governador destacou que este fato é um exemplo da necessidade de monitoramento e prevenção: “Essa é uma dificuldade grande. São 5 mil escolas estaduais e nós precisamos, obviamente, agir de forma preventiva. Esse é o principal foco, a prevenção (…) O que precisa é de uma ação com várias frentes, na área social, psicológica, de saúde e também de segurança. Portanto, não existe uma nova atitude além de um monitoramento e um protocolo conjunto entre as escolas e a polícia para que, a qualquer sinal que isso possa acontecer, aí sim nossos departamentos de investigação da Polícia Civil e da própria Polícia Militar possam nos ajudar para que a gente se antecipe e esses casos não voltem a acontecer”.
Felício Ramuth também rejeitou a instalação de detectores de metais nas escolas e também se negou a relacionar o caso ao debate a respeito da redução da maioridade penal: “Nós não gostaríamos de criar um ambiente escolar que pudesse expor ainda mais nossos jovens a situações que podem resultar em violência. Não me parece muito simpático que a gente tenha detector de metal nas escolas. Aliás, a gente tem que acompanhar é se as últimas escolas onde isso aconteceu de fato são escolas consideradas como ‘escolas críticas’. Existe a forma de você selecionar uma escola crítica. O aluno já tinha oferecido um problema em outra escola e depois passou para essa escola. Precisa ver se essa é a melhor forma da gente investir bem os recursos e horas de trabalho e treinamento dos professores, educadores e especialistas na área”.
“Não é o momento [de discutir a redução da maioridade penal], fruto dessa ação específica. Existem crimes em que inclusive nossos jovens são conduzidos às nossas Fundações Casas e, se fosse de maior, acabaria não sendo detido, inclusive em situações como essa. É preciso uma análise mais detalhada e a gente tem que acompanhar especialistas para que a gente possa ter uma opinião firme em relação a esse tema”, argumentou. O vice-governador finalizou a entrevista destacando novamente que um protocolo bem estabelecido poderia ter evitado o atentado desta segunda: “O protocolo vai deixar muito claro o que pode e deve ser feito em casos de futuros alertas sobre jovens que podem cometer algum ato bárbaro”. Confira a entrevista na íntegra no vídeo abaixo.
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