Witzel descarta socorrer Crivella e defende ajuste fiscal na prefeitura do RJ

  • Por Jovem Pan
  • 18/12/2019 08h18
DHAVID NORMANDO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO O Governo Federal já deu a sua contribuição e liberou, na semana passada, R$ 152 milhões - metade já entrou nas contas do município

Mais que uma crise na saúde, uma verdadeira crise financeira. Essa é a fotografia do momento na cidade do Rio de Janeiro, que está terminando o penúltimo ano na administração do prefeito Marcelo Crivella.

Essa crise na saúde, que tem por trás uma verdadeira instabilidade financeira, eclodiu a cerca de três semanas. Funcionários, médicos e enfermeiros de Organizações Sociais – ou seja, hospitais com gestão terceirizada – começaram a reclamar e iniciaram uma greve por falta de pagamento. Salários de outubro, novembro, 13º – além de benefícios como Vale Transporte e Ticket Refeição – não foram pagos.

Segundo autoridades do Rio de Janeiro, não faltam recursos para a saúde do município. O problema teria sido a administração da verba. Do governo Marcelo Crivella, mais de R$ 2 bilhões teriam sido realocados para atender demanda de outras pastas.

A culpa está sendo jogada no ex-prefeito Eduardo Paes, que pretende ser candidato ao cargo novamente em 2020. Dizem que Paes deixou um passivo de mais de R$ 9 bilhões, com mais contratações e dívidas que foram contraídas com bancos públicos federais para as Olimpíadas de 2016.

O Governo Federal já deu a sua contribuição e liberou, na semana passada, R$ 152 milhões – metade já entrou nas contas do município e a outra metade entra em janeiro. Porém, o dinheiro será insuficiente  para atender toda a demanda.

A Justiça do Trabalho também já se posicionou e promoveu arrestos e bloqueios em contas da Prefeitura. Foram tanto arresto e bloqueio que, na terça-feira (17), a secretaria da Fazendo do município decidiu paralisar as atividades para um freio de arrumação.

O Governo do Estado já anunciou que não tem como auxiliar financeiramente a Prefeitura. O governador Wilson Witzel lembrou que o Estado se encontra em calamidade financeira desde 2016 e sugeriu a Crivella buscar um caminho que foi perseguido e atingido pelo Rio de Janeiro na gestão de Luiz Fernando Pezão: tentar um acordo de recuperação fiscal municipal com o Governo Federal.

Estima-se que mais de 20 mil profissionais da área da saúde estejam sendo afetados pelo caos financeiro desse final de ano.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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