Bandeira de Mello diz que CPI das Apostas vai evoluir para ‘medidas drásticas’, mas descarta paralisar futebol 

Deputado federal ainda ressaltou que a CPI não atrapalhará a Medida Provisória (MP) redigida pelo Ministério da Fazenda, que visa regulamentar as casas de apostas no Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 13/05/2023 21h37
Reprodução/Jovem Pan Eduardo Bandeira de Mello em entrevista ao Jornal Jovem Pan Eduardo Bandeira de Mello em entrevista ao Jornal Jovem PanEduardo Bandeira de Mello em entrevista ao Jornal Jovem Pan

Ex-presidente do Flamengo e atual deputado federal, Eduardo Bandeira de Mello (PSB-RJ) será um dos 34 membros titulares da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas, que deve ser instalada na próxima terça-feira, 16. Em entrevista ao “Jornal Jovem Pan”, o ex-dirigente do Rubro-Negro afirmou que a iniciativa evoluirá para “medidas drásticas” no caso de manipulação de partidas de futebol, investigado pelo Ministério Público de Goiás. “A CPI tem como objetivo coibir e erradicar este tipo de delito que está acontecendo agora e, provavelmente, acontece há muito tempo. O presidente do Vila Nova desvendou o esquema e, agora, temos a obrigação de que o crime seja minimizado ou erradicado no futebol brasileiro”, disse Bandeira de Mello. “Vamos evoluir para medidas drásticas, mas dentro da legislação. Todas CPIs sofrem este tipo de questionamento: ‘como a Polícia Federal e o Ministério Público estão apurando, não precisaria de uma CPI’. No nosso caso, vamos contribuir com as autoridades e essa ação paralela será benéfica para todos”, acrescentou.

Convidado pelo relator Felipe Carreras (PSB-PE), Bandeira de Mello afirmou que a CPI não fará pressão para a paralisação de campeonatos de futebol. “Não acredito que paralisar os campeonatos seja factível. Se você parar o torneio, não vai parar o movimento de apostas. Até porque tem movimento em vários campeonatos e no mundo inteiro. Não é assim que se combate esse crime. Temos que trabalhar para regulamentar e acabar com os esquemas. Vamos tratar do assunto com critério, cuidado e rigor”, disse à Jovem Pan News. “Nós vamos ter que ouvir todos os envolvidos, não só os atletas, como dirigentes e pessoas que apareçam a partir das nossa investigações. Então, o objetivo é construtivo. É garantir a lisura dos nossos campeonatos e das nossas competições”, explicou o deputado federal.

Bandeira de Mello ainda ressaltou que a CPI não atrapalhará a Medida Provisória (MP) que regula as casas de apostas esportivas. O texto, redigido pelo Ministério da Fazenda, foi repassado pela Casa Cívil ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta semana. “O objetivo será de colaboração com a Medida Provisória. Existe uma feliz coincidência. Provavelmente, a manipulação de resultados esportivos já acontece há muito tempo. Em 2005, nós tivemos um escândalo de apostas, que até modificou o resultado do Campeonato Brasileiro. Não é crível que tudo isso tenha se interrompido nesses 18 anos. Agora, temos que acabar com isso. É uma sorte nossa que o ministério da Fazenda esteja preparando uma MP, que será analisada na mesma Câmara que promoverá a CPI. São duas iniciativas complementares, com uma ajudando a outra.”

Por fim, o ex-mandatário do Flamengo reconheceu que os clubes do futebol brasileiro serão afetados financeiramente com o avanço das investigações. Desde a descoberta de indícios de manipulação nos jogos, o Athletico-PR demitiu o lateral Pedrinho e o meio-campista Bryan García, enquanto o Coritiba desligou o atacante Alef Manga. Outros times preferiram afastar alguns atletas suspeitos. “A postura do Athletico-PR e do Coritiba são elogiáveis. Eles estão desligando atletas que são extremamente importantes e que custaram caro, o que vai trazer um prejuízo momentâneo para as suas finanças. Ainda assim, eu acho que isso vai garantir que seus torcedores e os amantes do futebol tenham certeza de que as agremiações estão tratando o assunto com seriedade. Inclusive, arcando com prejuízos momentâneos para salvaguardar o que eles têm de mais importante, que é a credibilidade”, completou Bandeira de Mello.

 

 

 

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