Dados são nova moeda de troca de aplicativos e sites, diz especialista

Jovem Pan

O novo especialista do Morning Show, o professor Rodrigo Leão, estreou o quadro Quebra-Cabeça com uma discussão sobre a perda da privacidade em troca da comodidade por meio dos aplicativos e sites que guardam informações sobre o cliente. O quadro tem como objetivo falar sobre dilemas e questões que não têm resposta. “O aplicativo Waze leva a gente mais rápido ao nosso destino, mas ele quer saber informações sobre você. Já quando o Instagram pergunta se pode achar mais amigos para você, na verdade ele quer informações para guardar no banco de dados por 18 meses”, exemplifica.

“Ninguém lê os detalhes dos Termos e Condições antes de aceitar. Se lesse, não aceitaria”, brinca ele. Além das redes sociais e sites de filmes como o Netflix, agora chegam outros serviços que vão além, como o Apple Watch. A novidade pode monitorar hábitos da rotina do usuário, como calorias ingeridas durante o dia, batimentos cardíacos, distância percorrida e tempo em que ficou sentado.

Rodrigo levanta algumas hipóteses de como essa comodidade poderia significar a perda da privacidade. Segundo ele, os dados armazenados pelo Apple Watch poderiam ser usados para conseguir um desconto em um seguro de saúde, por exemplo, ou um possível empregador poderia solicitar as informações na hora de escolher um novo funcionário. Outro cenário seria se uma noiva quisesse comparar os batimentos cardíacos na hora do sexo com a informação armazenada do noivo em uma época em que namorava com outra pessoa. “Ela pode perguntar: ‘Por que seus batimentos estão mais baixos comigo do que com a outra?'”, diz o especialista.

Fornecer informações pessoais voluntariamente, porém, pode significar encontrar o amor da sua vida em um aplicativo de encontros amorosos ou chegar a um compromisso importante na hora porque o app alertou sobre um congestionamento. Então fica a pergunta: vale a pena alimentar um banco de dados sobre você em troca de facilidades na rotina?

Rodrigo Leão

Rodrigo é diretor de criação da agência de publicidade Casa Darwin e professor do MBA da Fundação Instituto de Administração (FIA), em São Paulo.