Às vésperas da deflagração da fase da Lava Jato em que Ronan Maria Pinto foi preso, em 31 de abril, um incêndio tomou conta do escritório de Meire Poza, ex-contadora de Alberto Youssef. Ela dava uma entrevista a Claudio Tognolli, no Jornal da Manhã, quando soube do incêndio e falou à Jovem Pan, entre lágrimas, que devia tratar-se de uma retaliação.
A revista IstoÉ divulgou um laudo da polícia civil que aponta que, de fato, existem indícios de que o incêndio no imóvel do Itaim Bibi foi proposital. Meire Poza é responsável por entregar à Polícia Federal os documentos que levaram os principais operadores dos desvios na Petrobras à prisão, dois anos antes da Operação Lava Jato ser iniciada, em 2012.
Meire, em nova entrevista à Jovem Pan, não se diz surpresa com a perícia: “Eu já esperava, todo mundo já sabia disso que o incêndio tinha sido criminoso, não tinha nenhuma lógica, em um prédio onde tinha sete conjuntos comerciais, só aquela sala ser queimada. Não tinha lógica como aconteceu, logo depois que o último funcionário saiu. A estrutura era nova, eu havia feito uma reforma com arquitetos, então não tinha como ter sido um curto-circuito, não tinha nada lá que pudesse queimar, enfim, só papel. Eu já esperava, já sabia, só esperava a confirmação”.
A Lava Jato iniciou suas investigações em março de 2014, após Meire Poza ter ido sozinha à Polícia Federal denunciar o esquema do petrolão. Porém, a contadora relata que passou de denunciante à investigada e perseguida pela própria Polícia: “Além de não ter sido chamada para falar sobre isso, hoje eu estou sendo perseguida pela Polícia Federal. Hoje a Polícia Federal inventou um inquérito onde sou investigada e vem me intimidando, intimando ex-funcionários, pessoas que não tem nada a ver com isso, como forma de intimidação, e inclusive me ameaçando em relação ao meu único imóvel”.
Informações: Claudio Tognolli