Casal brasileiro de bailarinos revela começo difícil no Bolshoi: “os russos são rígidos”

  • Por Jovem Pan
  • 16/08/2016 11h42
Johnny Drum/Jovem Pan

Único casal brasileiro no corpo do renomado Ballet Bolshoi, Bruna Gaglianone e Erick Swolkin revelaram ao Jovem Pan Morning Show desta terça-feira (16), um pouco da pesada rotina de trabalhar em um dos maiores espetáculos do mundo. Há quatro anos atuando em Moscou, a dupla contou que precisaram ralar muito sob o olhar rígido dos treinadores russos.

“No começo foi muito difícil, mesmo que na Bolshoi tenham só professores russos, eles adaptam para tratar com as crianças. Quando chegamos lá foi um baque. É gritaria. Tem um americano que disse nunca ter visto isso na vida, eles são muito duros. É tudo para o seu bem, mesmo que as palavras sejam duras”, ressaltaram.

De férias no Brasil, Bruna e Erick explicaram que esse é o único momento no ano que conseguem desligar da pesada rotina que o Bolshoi exige. Mesmo assim, resolveram vir ao país para apadrinhar o projeto Novos Sonhos, que oferece aulas gratuitas de ballet a crianças que vivem na Cracolândia.

“O projeto é lindo. Conhecemos no ano passado quando o Bolshoi fez turnê. Esse trabalho de tirar crianças da Cracolândia e mostrar uma atividade que tem muita disciplina é muito bom. Quando a Joana Machado (coordenadora do projeto) nos convidou, mesmo que as férias sejam curtas, eu teria que passar e dar esse apoio. É um projeto lindo, assim como a Bolshoi faz”, disse Gaglianone.

Perguntado sobre como o russo olhava para os bailarinos, Swolkin enfatizou que diferentemente do Brasil, na Rússia os profissionais masculinos não são tratados como homossexuais e são tietados por fazerem parte do Bolshoi.

“Lá o bailarino é mulherengo, meio galinha. Funciona como se fosse um jogador de futebol, o pessoal fica de boca aberta. Aqui no Brasil é diferente, eu nem comentava que fazia ballet. Você já espera o preconceito. Lá é um prazer dizer que sou do Bolshoi, um orgulho. Lá os bailarinos casam com as bailarinas”, completou.

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