Hélio de la Peña sobre protestos antirracistas: ‘Coisas podem ir devagar, mas não podemos desistir’
O humorista Hélio de la Peña acha fundamental as manifestações antirracistas que acontecem pelo mundo desde o assassinato de George Floyd, homem negro que morreu asfixiado por um policial branco em 25 de maio, nos Estados Unidos.
Em entrevista ao Morning Show desta quarta-feira (10), Hélio disse que apesar de impactante, a consciência de combate ao racismo deve demorar para chegar com a mesma intensidade no Brasil. “Aqui as coisas são um pouco mais lentas, a progressão é um pouco mais demorada, eu vejo que já existe uma mobilização nas redes sociais, mas ela tem ainda um alcance restrito”, disse.
Para ele, os americanos aderem mais aos protestos antirracistas do que os brasileiros porque lá grandes protestos públicos resultaram em medidas governamentais concretas. “Aqui a gente tem que forçar mais a barra pra que as coisas aconteçam. As pessoas estão se aproximando mais do assunto, mas temos que ter paciência porque nosso nível de educação é diferente. Acho que as coisas podem ir mais devagar, mas não podemos desistir”, frisou.
O humorista criticou os atos violentos que acontecem em protestos pacíficos no Brasil. No domingo (7), a polícia disparou bombas de efeito moral contra manifestantes que tentavam se deslocar do Largo da Batata para Avenida Paulista, local que reunia apoiadores de Jair Bolsonaro.
“Mudanças começam a acontecer pela pressão e a pressão não tem controle. Enquanto alguns tentam se manifestar de forma pacífica, outros acham que o caminho é uma reação mais violenta. E isso acaba tomando as manchetes. Numa manifestação pacífica de 5 horas com 20 minutos de violência, são os 20 minutos que viram notícia.”
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