Sóstenes Cavalcante diz que realidade é ‘assombrosa’ para Lula: ‘Jamais vai conseguir todos os votos do União Brasil’
Parlamentar avaliou que presidente terá dificuldades em conquistar a Câmara dos Deputados, ainda que negocie novos cargos em ministérios
Nesta quarta-feira, 14, o programa Morning Show recebeu o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Em entrevista, ele opinou sobre o desempenho do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara dos Deputados e sua negociação de ministérios. “A realidade para o governo Lula é assombrosa, ele não esperava encontrar essa realidade. Ele governou há 20 anos com outra realidade econômica, orçamentária e uma base muito mais de centro. Entendo que ainda tem muitos parlamentares interessados em cargos. Tem parlamentares que, sim, entendo a situação deles, mas nem dando cargo vão conseguir essa base ideológica que tanto sonham”, pontuou. “Por mais que o governo atenda o União Brasil, dando ministério ao Celso Sabino — e digo isso também do PSD —, ele jamais vai conseguir todos os votos desses partidos. O União Brasil tem muita gente ligada ao agro. Jamais esses parlamentares vão querer ter interesse em ser governo. Pode trocar ministério, a dificuldade do governo com a Câmara é clara. A Câmara é de maioria conservadores e de direita, diferentemente do Senado, que tem ainda muita gente do Centrão”, argumentou.
Cavalcante ainda acrescentou que a situação no Senado é diferente, mas pode mudar com as próximas eleições. Para ele, Lula precisa entender os recados do eleitorado através dos votos dos parlamentares no Congresso. “Se a gente conseguisse renovar o Senado com mais gente de direita, mas viesse um governo de esquerda, eles teriam dificuldades também no Senado. Podem falar de ministros, fazer o que for, vão ter dificuldades em ter a base que tanto sonham na Câmara dos Deputados”, disse. “Não acho que os partidos vão fazer isso por suas lideranças maiores, os presidentes, mas entendo que o governo vai começar a entender esse recardo claro que a população deu ao colocar uma Câmara mais de direita, mais conservadora. Quando votamos a questão do Marco Temporal… São recados claros que pode ser eleito um governo da esquerda da forma que foi, mas não vamos chancelar tudo que seja ideológico do governo de esquerda. O governo vai ter que ceder em muitas questões”, concluiu.
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