Tabata Amaral chama de ‘grave’ encontro entre Lula e Maduro: ‘Não estou aqui para bater palma’
Deputada, que faz parte da base governista, participou do Morning Show desta terça-feira e condenou os afagos do petista no ditador venezuelano
Nesta terça-feira, 30, o programa Morning Show recebeu a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP). Em entrevista, ela deu sua opinião sobre o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolás Maduro. Na ocasião, o presidente do Brasil deu a entender que o venezuelano deve criar “uma narrativa” sobre o que acontece no país. “A Venezuela é hoje uma ditadura, apesar de ter eleições, não são eleições livres. A gente vê órgãos internacionais — muitos são sérios — apontarem a gravidade da situação do país para além da fome e da miséria, que às vezes é mais noticiada aqui no Brasil. Você tem pessoas que se opõem ao regime que são presos e exilados. Denúncias de estupro e de perseguição. A gente está falando de uma situação muito grave. O Brasil precisa, sim, manter relacionamento diplomático com todos os países, especialmente com aqueles que fazem fronteira, isso é uma questão de segurança nacional. Não estou questionando, mas outra coisa é o Brasil, enquanto país democrático, que exalta os valores democráticos, dizer que o Maduro é vítima, que lá é uma democracia e exaltar o regime venezuelano”, explicou. “Votei em Lula e Alckmin no primeiro e no segundo turno, tenho certeza que o Brasil está no caminho da reconstrução, mas eu não estou aqui para bater palma e abaixar a cabeça para absolutamente tudo que é feito porque estou desse lado. Me parece que é importante que as lideranças ergam sua voz para dizer que está errado e não pode tolerar, o Brasil precisa dizer para o mundo que somos democráticos até o último fio do cabelo, não importa se o regime é de esquerda ou de direita. Esse movimento de passar pano para tudo que é do seu lado só vem dividindo mais o país”, acrescentou a parlamentar, que é correligionária do vice-presidente.
Tabata ainda defendeu que o país precisa demonstrar sua defesa da democracia para o mundo. “A provocação que a gente faz é: o mundo é outro. Décadas se passaram, e o mundo é outro. Quando a gente fala da guerra entre Rússia e Ucrânia, por exemplo, será que é correto ficar do lado da Rússia porque no passado a União Soviética era o núcleo da esquerda no mundo?”, questionou. “Eu acho que não é, o que está acontecendo é claro. Um país foi invadido por outro e teve sua soberania atacada. Um país democrático deveria se colocar ao lado da Ucrânia nesse caso. Não falo das relações diplomáticas, elas devem existir, mas o apoio que é dado às perseguições que acontecem nesses países vem no fato de lá atrás terem sido revoluções de esquerda, mas o que acontece hoje é outra coisa”, concluiu.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.