Raquel Teixeira conta como perda dos filhos e busca pela maternidade revolucionaram vida profissional

EY Private para a Latam South e líder do programa Winning Women foi convidada do programa ‘Mulheres Positivas’, da Jovem Pan, nesta segunda-feira

  • Por Jovem Pan
  • 08/02/2021 18h38 - Atualizado em 08/02/2021 19h31
Duda Bairros/EY/Divulgação Raquel Teixeira sempre teve sonho de ser executiva de sucesso

A convidada do programa “Mulheres Positivas” desta segunda-feira, 8, é Raquel Teixeira, sócia-líder de EY Private para a Latam South e líder do programa Winning Women, que tem como objetivo apoiar e incentivar empreendedoras brasileiras. Hoje, Raquel lidera o segmento que representa 60% do faturamento da Ernst & Young, uma das maiores empresas de serviço profissional do mundo. Empreendedora nata, ela liderou a própria companhia por 12 anos, fazendo trabalhos voltados à assessoria de pessoas expatriadas e recebeu, em 2007, o convite para levar a própria empresa para a EY. “Foi um sucesso, consegui levar todos os meus clientes”, afirmou. Apesar da “fusão”, ela não entrou na empresa como sócia e precisou esperar dois anos até galgar para o cargo. Ao longo da carreira, a empreendedora equilibrou dois importantes sonhos que mudaram a vida dela: o de ser uma executiva de sucesso e o de ser mãe.

Aos 40 anos, já na EY, Raquel casou e engravidou de gêmeos. Em meio a um momento de felicidade plena no caminho da realização do seu segundo sonho, ela teve complicações, precisou passar por um parto de emergência e deu à luz os dois filhos com 27 semanas de gravidez. Os dois não sobreviveram, causando na vida da empreendedora um momento de questionamentos e reflexão, além de um longo caminho até uma recuperação de saúde. “Eu tive muitos problemas no útero, eu passei por sete cirurgias e aí tive que tirar uma trompa, tive endometriose, foi um processo muito difícil, foram dois anos de provação mesmo, mas uma coisa eu tinha certeza: eu ia ser mãe. Então isso me fortaleceu muito, acreditar que aquilo que você sonha se torna possível quando você de verdade tem aquela paixão por aquilo”, afirmou. Dois anos após perder os filhos, ela conseguiu engravidar novamente, mas apresentou complicações mais uma vez, ficando internada por mais de três meses.

“Eu não tinha nada para fazer, eu tinha que esperar. E eu vou te dizer que foi um presente de Deus isso acontecer na minha vida. Foi um momento de muita reflexão, eu tive vários encontros com Deus, tive a oportunidade de estar com meu filho em uma conexão que talvez, se eu estivesse trabalhando, não prestaria tanta atenção. Brinco que a minha vida parou, minha vida social, trabalho, durante três meses e meio”, recordou. Após o parto bem sucedido, a reflexão de Raquel foi a de que a maternidade a transformou em outra mulher, com muito mais resiliência e uma nova visão sobre quais as prioridades da vida dela. “As pequenas coisas que, antes de passar por tudo isso, eu achava que eram um problema se tornam coisas bobas, mas não menos importantes na vida de outras pessoas”, pontuou. Profissionalmente, isso também causou uma revolução na vida da empreendedora, que vê a vontade de ajudar outras pessoas como maior do que a competitividade natural do mundo corporativo.

Winning Women

Originado nos Estados Unidos, o programa Winning Women tem como objetivo apoiar mulheres empreendedoras nos seus desafios de negócios diários e está na oitava edição realizada no Brasil, coordenada por Raquel. Candidatas interessadas se inscrevem e aquelas que forem selecionadas passam por um processo de mentoria de um ano com outras mulheres de renome no mundo executivo. “A gente também faz encontros semestrais com a intenção de fomentar o empreendedorismo. A gente quer criar uma rede forte onde elas possam fazer negócios entre elas e não só ficar no programa de mentoria”, recordou. O relacionamento a longo prazo, para Raquel, é um diferencial do programa em relação a outros no país.

Como dica para aquelas mulheres que tentam traçar um caminho em busca do mundo do empreendedorismo, Raquel lembra da importância de se capacitar e de ser resiliente. “Acreditar em você é o mais importante. Saber que a tua competência, tua capacidade, vai fazer você chegar longe”, pontuou, lembrando que hoje no mercado há uma série de cursos e mentorias gratuitas para o público. Além das duas qualidades, ela lembrou da importância de investir nos sonhos e comunicar aquilo que você quer. “Tudo aquilo que a gente faz com amor, não tem como dar errado”, aconselhou. Como livro indicado para mulheres positivas, a empreendedora lembra de “A Viagem de Théo”; sobre filme, ela recomenda “Uma Linda Mulher”; e a mulher mais admirável na visão da empreendedora é Ana, da bíblia. “Ana foi uma mulher muito forte, uma mulher que nunca desistiu do sonho dela.”

Confira o programa “Mulheres Positivas” desta segunda-feira, 8, na íntegra:

Ouça o podcast “Mulheres Positivas”

 

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