Ana Paula: CPI tem relator ‘palhaço’ ameaçando de prisão quem não fala o que ele quer

Pedido de detenção do ex-secretário Fábio Wajngarten foi debatido por comentaristas do programa ‘Os Pingos Nos Is’ desta quarta-feira, 12

  • Por Jovem Pan
  • 12/05/2021 19h33 - Atualizado em 12/05/2021 20h33
Foto: FREDERICO BRASIL/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO FUP20210427352 - 27/04/2021 - 15:30 Senador Renan Calheiros usando máscara de proteção branca. Homem com cabelos grisalhos, pele branca e óculos transparentes. Renan Calheiros é relator da CPI da Covid-19

O ex-secretário de Comunicação Social do governo Jair Bolsonaro, Fábio Wajngarten, negou à CPI da Covid-19 que tenha havido interferência do governo na secretaria e nas campanhas relacionadas à pandemia. Ele declarou, ainda, ser favorável à vacina, que o governo apoio a compra dos imunizantes e que não houve ação desestimulando medidas de isolamento ou atribuindo culpa aos governadores. “Lutei muito e continuo lutando, perdi um monte de amigos, sou totalmente a favor da vacina, com eficiência, eficácia, a maior e melhor possível”, afirmou. Ao ver que o ex-secretário não estava criticando o presidente ou atacando a gestão, o relator e o presidente da CPI, Renan Calheiros e Omar Aziz, passaram a fazer ameaças insinuando que ele estaria vulnerável agora que não está no governo. “Depois a gente toma uma medida mais radical e aí vão dizer que a gente é isso e aquilo, por favor, não menospreze nossa inteligência, ninguém é imbecil”, declarou Aziz ao questionar se Wajngarten chamou ou não Pazuello de “incompetente”. Renan Calheiros, relator da CPI, foi ainda mais longe: “Este senhor vem a esta comissão descaradamente, repetidamente, mentir. Nós vamos, na forma da comissão, requisitar de vossa excelência, diante do flagrante evidente, uma ordem de prisão”, disse. O senador Flávio Bolsonaro saiu em defesa do ex-secretário: “Imagina um senador honesto ser preso por um vagabundo como Renan Calheiros”.

A comentarista do programa “Os Pingos Nos Is”, da Jovem Pan, Ana Paula Henkel, afirmou que “tem um orgulho grande do Brasil”, mas que hoje foi um dia que teve vergonha de ser do país. “É surreal ver o que a gente viu hoje. Parecia que estava falando o rei do cangaço, mas a palavra é máfia. É uma linguagem de mafioso”, disse. Para ela, a situação desta quarta-feira é um reflexo da frustração dos políticos que não conseguiram extrair o que queriam dos ex-ministros, do diretor da Anvisa e de ex-secretários. “Eles começam a demonstrar um nervosismo. A gente vê a pandemia arrefecendo no Brasil, a gente vê as vacinas chegando, a gente vê o tratamento precoce sendo mais aceito, a gente vê a autonomia médica sendo respeitada e a CPI continua aí uma CPI de uma nota só, que é justamente onde podemos encontrar ou produzir algum material que possa incriminar esse governo.” Henkel lembrou que críticas pontuais ao governo federal sobre a condução da pandemia podem ser discutidas, mas que a situação atual mostra algo tendencioso. “O que a gente está vendo é um grande circo: nós como palhaços e um palhaço maior ainda querendo ameaçar as pessoas com voz de prisão porque aquela pessoa cometeu o ato ilícito de não falar o que o relator Renan Calheiros, investigado em não sei quantos inquéritos, precisava ouvir para colocar no seu relatório”, pontuou.

Confira o programa “Os Pingos Nos Is” desta quarta-feira, 12, na íntegra:

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