Ana Paula: STF transforma sonho de justiça contra poderosos realizado pela Lava Jato em pesadelo
Plenário do Supremo decide nesta quarta-feira, 14, se manterá a decisão monocrática de Fachin que permitiu que Lula retomasse seus direitos políticos
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) analisa nesta quarta-feira, 14, se mantém a decisão do ministro Edson Fachin que permitiu que Lula retomasse seus direitos políticos, o que abre caminho para que ele participe das eleições de 2022. No dia 8 de março, Fachin determinou o envio dos processos do petista dentro da Operação Lava Jato de Curitiba para Brasília. A ação também resultou na anulação das duas sentenças contra Lula que enquadravam o ex-presidente na Lei da Ficha Limpa. Se os ministros votarem por manter a decisão de Fachin, será confirmada a competência da Justiça Federal do Distrito Federal para julgar os processos contra Lula. Dessa forma, as duas condenações contra o petista continuarão anuladas e ele será mantido por enquanto como ficha limpa, podendo participar das eleições de 2022.
Caso a maioria da Corte decida contra a liminar concedida por Fachin, três dos quatro processos de Lula voltam à situação anterior. Um desses é o do sítio de Atibaia, que teve condenação confirmada em segunda instância e faria com que ele voltasse a ser ficha suja, sendo impedido de disputar as eleições. Na sessão desta quarta, Fachin leu o relatório do julgamento e o presidente do STF, Luiz Fux, interrompeu a sessão por 30 minutos antes que o voto fosse lido. A Procuradoria-Geral da República afirmou que não se pronunciaria durante a sessão em respeito ao regimento interno do Supremo que não prevê sustentação oral em análise de agravo regimental contra decisão individual de ministros. Lewandowski solicitou a Fux que a defesa de Lula se pronunciasse, mas o pedido foi negado tomando como base a ausência de falas da PGR.
A comentarista do programa “Os Pingos Nos Is”, da Jovem Pan, Ana Paula Henkel, afirmou que o debate do STF nesta quarta é mais um retrocesso em relação aos avanços feitos pela Operação Lava Jato, o que causa desconfiança no povo brasileiro. “É muito ruim que a gente tenha instituições que o brasileiro quer acreditar — o STF não deixa de ser uma instituição importante dessa magnitude — mas com essa composição que a gente está vendo, o brasileiro desanima, perde as esperanças nas nossas instituições”, afirmou. Ela citou Lewandowski como “amigo da família” de Lula que teria livrado Dilma Rousseff das complicações, disse que Edson Fachin é um “militante do MST” e lembrou do momento em que Gilmar Mendes enalteceu o trabalho da defesa de Lula e chegou a chorar em voto. “O castelo de cartas vai ruir e o sonho do brasileiro, que foi realizado com a operação Lava Jato, a gente vai ver que vai se transformar em um pesadelo”, finalizou.
Confira o programa “Os Pingos Nos Is” desta quarta-feira, 14, na íntegra:
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