Augusto acusa Moraes de censura: ‘STF ressuscitou o bobo da Corte’
Após decisão do ministro, Facebook anunciou o bloqueio global de 12 contas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro
“O STF ressuscitou a figura do bobo da Corte”, afirmou nesta segunda-feira, 3, o comentarista Augusto Nunes, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan. Para ele, a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de determinar o pagamento de multa milionária caso o Facebook e o Twitter não suspendessem contas de bolsonaristas é “censura” e “suprimir a liberdade de expressão”. “Eles [ministros] estão no poder, comandam, e são poucos. São ‘idiotas despreparados’. Posso dizer isso ou vou ser proibido?”, questionou Augusto. “Você pode desejar a morte do presidente, mas não pode falar nada que magoe o [Dias] Toffoli ou o Alexandre de Moraes”, continuou.
Augusto disse que a Constituição foi feita para que a sociedade consiga se defender dos donos do poder, mas que ela está sendo usada justamente para o contrário. Segundo ele, os ministros não preenchem as duas exigências constitucionais para uma vaga na Suprema Corte: ter notório saber jurídico e ilibada reputação. “Se tiveram, perderam agora”, afirmou. Além disso, o comentarista destacou que a censura é internacional, já que o bloqueio foi global.
Augusto ainda chamou os “defensores da democracia” de seletivos, pois não se posicionaram contra as posturas ditatoriais de Moraes. “É uma ameaça ao estado de direito. Quem defende a própria liberdade de expressão está fazendo o certo, mas aqueles que acham que só eles têm direito a isso, são ‘ditadorezinhos’, autoritários, inimigos da democracia. Acho engraçado aquelas pessoas que fazem manifesto quietas agora”, disse.
Para o também comentarista do programa, José Maria Trindade, o Facebook e o Twitter ficaram com medo do “poder instituído ao STF”. De acordo com ele, se não houvesse a obediência no contexto internacional, as empresas “quebrariam” aqui no Brasil, já que a multa era muito alta — R$ 1,2 milhão — por dia, além da ameaça de prisão a funcionários da empresa. No sábado, o Facebook confirmou o cumprimento da decisão do ministro para evitar a “responsabilização criminal de um funcionário” da empresa no Brasil.
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