‘Há consenso de que houve falta de transparência da OMS’, diz Nestor Forster

Embaixador brasileiro nos EUA, cuja indicação foi aprovada ontem pelo Senado, afirma que ‘a opção’ do Brasil sobre as relações com Estados Unidos ou China ‘já foi feita’

  • Por Jovem Pan
  • 23/09/2020 20h42
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Jovem Pan embaixador-eua-nestor-forster Forster foi indicado à embaixada pelo presidente em novembro de 2019 após o governo desistir de emplacar o nome do deputado Eduardo Bolsonaro

“Há um consenso de que houve falta de transparência da Organização Mundial da Saúde (OMS)“, afirmou nesta quarta-feira, 23, em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, o embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Nestor Forster Junior, cuja indicação foi aprovada ontem pelo Senado. Forster comentou o discurso do presidente norte-americano, Donald Trump, que pediu na Assembleia Geral da ONU que as Nações Unidas responsabilizem a China pela pandemia de Covid-19. “A OMS, virtualmente controlada pela China, declarou falsamente que o vírus não era transmitido entre humanos”, lembrou Trump. “As Nações Unidas precisam responsabilizar a China pela doença”, continuou.

Para Forster, algumas informações transmitidas pela OMS durante a pandemia “causaram dúvidas”. “Há uma preocupação com a pandemia, que afetou o mundo inteiro, e teve umas informações que causaram dúvidas sobre a OMS. Há um consenso de que houve falta de transparência da organização, e não se sabe ainda os números reais e o que o governo chinês fez em relação a pandemia, o que foi criticado pelo presidente americano. Esperamos que isso seja esclarecido e que a OMS esteja à altura dos desafios que se apresentam, principalmente em relação a pandemia”, afirmou.

O embaixador comparou, ainda, as relações que o Brasil têm com os dois países, tanto com os EUA, quanto com a China. Segundo ele, a “opção já foi feita”. “O Brasil tem uma relação robusta com os EUA e com a China. Temos uma relação comercial muito forte com a china, isso é muito bem vindo e não tem porque ser questionado. Agora, a nossa relação com os EUA é suis generes [única]. O Brasil tem com os EUA as relações diplomáticas mais longas, foi o primeiro país que reconheceu a independência do Brasil. Essa ligação nunca rompeu. É uma relação escudada em um leito mais profundo de valores compartidos, da democracia, do respeito ao estado de direito, tanto nos EUA quanto no Brasil”, disse.

Forster foi indicado à embaixada pelo presidente Jair Bolsonaro em novembro do ano passado após o governo desistir de emplacar o nome do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, para o cargo. O parlamentar não conseguiu apoio suficiente para virar embaixador.

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