Pontes: tratamento pode ‘acabar com resíduos’ de óleo no Nordeste

Segundo o ministro, a pasta está testando diferentes tecnologias para tratar o petróleo que atinge o litoral

  • Por Jovem Pan
  • 23/10/2019 20h51 - Atualizado em 23/10/2019 21h01
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Marco Miatelo/Estadão Conteúdo Marcos Pontes participou do programa "Os Pingos nos Is" nesta quarta-feira

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, afirmou nesta quarta-feira (23) ao programa Os Pingos nos Is da Jovem Pan que a pasta está trabalhando no teste de diferentes tecnologias para tratar as manchas de óleo que atingem pelo menos 200 pontos no Nordeste. Segundo ele, um dos tratamentos analisados trabalha em três etapas e pode “acabar” com os resíduos do petróleo.

“Já na primeira etapa, os bioagentes e as enzimas conseguem ‘quebrar’ aquela substância, que passa a não ter mais risco de incêndio, por exemplo. Depois, faz com que flutue, então o que está em baixo, se você injetar, flutua, o que deixa o tratamento na superfície. A terceira fase são nutrientes para formar um conjunto de bactérias que consomem aquilo lá e não deixam resíduos para depois”, explicou.

O ministro disse ainda que um dos principais problemas do desastre é que uma parte do óleo flutua, enquanto outra afunda, comprometendo os corais e o restante da vida marinha submersa. O tratamento está em fase de testes junto ao ministério do Meio Ambiente.

As manchas atingem várias localidades diferentes do Nordeste desde o dia 2 de setembro. Na madrugada desta quarta, o óleo chegou à Praia Barra da Jangada, onde está a foz do Rio Jaboatão, em Jaboatão dos Guararapes, cidade vizinha de Recife, em Pernambuco.

Balanço

Pontes fez também um balanço da sua gestão na pasta da Ciência e Tecnologia. O ministro disse que logo que assumiu ficou “quieto”, a fim de preparar e ajustar o ministério e fazer um planejamento estratégico dos cenários de tecnologia no país. Agora, de acordo com ele, os resultados estão aparecendo.

“Definimos quatro áreas que conduzem tudo o que fazemos. A primeira são tecnologias estratégicas; a segunda são tecnologias para a produção; a terceira para o desenvolvimento sustentável; e a quarta para tecnologias sociais”, afirmou.

Pontes informou também que uma das prioridades é a exploração de energias alternativas, como a nuclear, a eólica e a solar. “Para as duas últimas existe um grande plano, principalmente na região do Nordeste. Seria mais interessante se pudessem participar do leilão produtores com menor produção de energia, mas ainda não está nesse estágio da legislação.”

De acordo com ele, uma das maiores dificuldades no Brasil é que a tecnologia é um campo que cresce exponencialmente, mas a educação e a legislação não acompanham essa curva. “Precisamos aprender a reduzir isso. Tem muitas vagas [de emprego] que exigem outro tipo de qualificação que não tem, precisa melhorar isso, acompanhar melhor esse crescimento.”

Confira a entrevista na íntegra:

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